Sistema pode ser até 40% mais barato que empreendimentos tradicionais
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o déficit habitacional no Brasil é da ordem de 5,5 milhões de residências.
Para especialistas, mesmo com o programa Minha Casa Minha Vida, que é uma iniciativa do Governo Federal, e possibilita financiamento bancário para famílias de baixa renda, o problema tem se acentuado, pois a modalidade não é livre da incidência de juros e, dependendo da faixa de renda familiar, as tarifas podem chegar até 8,16% anualmente.
Além disso, uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que 60% das famílias no Brasil estão endividadas e, de acordo com o levantamento, 30% dos brasileiros estão inadimplentes.
Uma alternativa para minimizar o déficit habitacional pode ser o sistema de cooperativismo, que não envolve financiamento bancário e também aceita cooperados com restrições no SCPC. De acordo com diretor presidente da Conex Habitacional, Fernando Marcato, existem milhões de pessoas no Brasil que estão esquecidas pelo sistema habitacional e pelos bancos. “Muitas vezes, as famílias possuem saúde financeira, mas são impedidas de buscar um financiamento porque tem restrições no nome e não conseguem fazer o cadastro. No entanto, no sistema de cooperativismo isso não é um impeditivo, para a realização do sonho da casa própria”, comenta o empresário.
Segundo ele, o modelo de produção de moradia tornou-se uma boa ferramenta de regulação de mercado, como resultado de preços mais acessíveis e alta qualidade de seus empreendimentos. “Por ser composto pelos proprietários dos imóveis, chamados de cooperados, o sistema não visa lucro e, por isso, as casas e os apartamentos chegam a custar 40% mais baratos”, afirma Marcato.
Mesmo assim, para o empresário, ainda é pequeno o número de brasileiros que conhecem o sistema de cooperativismo habitacional. “Em cada 10 pessoas, apenas 4 conhecem. Mas isso não acontece com o cooperativismo de alimentos. Como exemplo podemos citar a cooperativa da Aurora no Sul do País, que é uma das maiores do mundo na comercialização de aves”. Por isso, é preciso que as cooperativas habitacionais ampliem o acesso à informação de como funcionam, pois esta pode ser uma solução viável para milhares famílias brasileiras, finaliza.