Técnico com um histórico campeão nas bases da seleção brasileira, hoje ele vê muitas atletas que são estrelas mundiais e que começaram lá atrás com ele. Como técnico de clube, Luizomar de Moura conta muitos títulos paulistas, nacionais, sul-americanos, europeus e, por fim, o histórico Mundial de 2012.
No entanto, apesar desse longo trabalho nas quadras do Brasil, chances zero para ele na Confederação Brasileira de Vôlei que não tem rotatividade no comando da seleção. Ele já falou sobre isso, da frustração de não poder ter a mínima expectativa de chegar ao comando da seleção brasileira.
Ainda que entre os principais do mundo, o técnico não faz parte da vitrine da CBV. No entanto, isso nunca o impediu de sonhar em ser olimpíco. Fazer o quê, se as portas por aqui jamais se abrirão?
Então, para buscar esse sonho, em 2017 ele deu uma virada espetacular no set ao assinar com a Federação Peruana. Sim, lá está Luizomar de Moura treinando a seleção por vaga olímpica e, então, realizar o sonho de desfilar na Cerimônia de Abertura.
Acontece que ele sofreu puxada de tapete, causou ciúmes e os que eram contra bateram pesado até o contrato ser rompido. Então, fim de sonho e Luizomar volta para Osasco e para seguir como técnico de clube. No entanto, com Tóquio já na esquina ele vê as esperanças olímpicas renascerem – a Federação Internacional de Vôlei faz ajustes para que ele integre a comissão técnica da inexperiente seleção do Quênia. Sim, Luizomar volta ao jogo e lá está o homem trabalhando por esse sonho que vem desde 2017.
Em Nairóbi ele conta com toda comissão técnica do Osasco Vôlei e tem uma única palavra para descrever o que está vivenciando na África: felicidade. Dentro de quadra, Luizomar entra com toda ciência esportiva trabalhada no Liberatão de Presidente Altino e, então, vai dando novo conceito aos treinos que sempre foram rudimentares.
Ele conta que o primeiro desafio foi tirar as meninas do piso de futsal para um próprio do vôlei – como no Brasil. E sobre a Olimpíada, diz que trabalha para tentar, ao menos, roubar um set das grandes equipes.
O Quênia vai para Tóquio apenas para cumprir tabela na fase de grupo, chance zero. No entanto, para Luizomar essa participação é mais, tem a ver com um sonho que ele nunca realizaria como técnico no Brasil. Por sinal, em 2 de agosto ele enfrenta José Roberto Guimarães pelo Grupo B.
Luizomar também fala que a pandemia o impediu de levar a seleção para o Brasil. Estava tudo planejado para embarque no início de maio e para apronto final no Liberatão de Presidente Altino. “A ideia era ter levado as meninas pra treinar na estrutura do Osasco mas a pandemia não permitiu”, lamenta.
A seleção segue treinando no Kasarani Indoor Arena, são catorze atletas e duas serão cortadas até 5 de julho, quando Luizomar e o grupo embarcam para o Japão. O primeiro destino do Quênia será Kurume City e onde ficará por duas semanas, indo depois para a Vila Olímpica de Tóquio. Se não deu certo em 2017 com o Peru, tudo certo agora com a seleção das rainhas africanas – Luizomar de Moura realiza o sonho olímpico.