O cumprimento da Lei de Cotas (8.213/91) que exige a contratação de pessoas com deficiência alcançou em 2019 o índice de 105,3% nos setores de Laminação/ Trefilação e 103,1% no de autopeças localizados em Osasco e região. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 6, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e fazem parte da 14ª edição da Pesquisa “Lei de Cotas – Trabalhadores com deficiência no setor metalúrgico de Osasco e Região”, que também apontou que 96,5% das vagas reservadas à Lei estavam preenchidas pelas metalúrgicas de Osasco e região.
O estudo é uma realização do Sindicato em parceria com a Gerência Regional do Trabalho de Osasco e o Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência em São Paulo. Ele busca conhecer a realidade da presença dos trabalhadores com deficiências no setor para identificar os problemas e soluções para resolvê-los.
Os demais setores da categoria, como fundição, estamparia, máquinas e eletrônicos, ficaram entre 83,9% e 94%. “Vale ressaltar que o setor automotivo foi pioneiro na assinatura de cláusula específica prevendo a contratação preferencial até o limite da Lei de Cotas, com previsão de acessibilidade, em 2007, e renovado bianualmente por 12 anos consecutivos”, destaca a Pesquisa.
Importante instrumento de análise da inclusão no setor, a Pesquisa revela que, no ano passado, 55,2% das empresas cumpriram integralmente a legislação ou contratavam além do exigido. Por outro lado, 6% desrespeitaram a Lei.
Para Carlos Aparício Clemente, diretor do Sindicato e coordenador do Espaço da Cidadania, o trabalho pela inclusão é diário, e a defesa da Lei de Cotas deve ser permanente. “ A Pesquisa nos permite colocar esta discussão na mesa de negociações anuais do Sindicato com o setor patronal. Ela derruba os mitos e comprova que é possível que qualquer segmento tenha pessoas com deficiências nos seus quadros”.
Recorte por Deficiências
O estudo indica a concentração de contratação entre as deficiências física e auditiva, juntas representam 73,5% do total de vagas ocupadas em 2019. Neste mesmo período, a visual correspondia 13,2% das contratações e a somatória das deficiências intelectual e múltipla correspondiam a 4,1%.
“É satisfatório estar aqui no lançamento da a 14ª Pesquisa, que mostra concretamente a importância do papel do Sindicato que, de acordo com a Pesquisa, 96,5 % das vagas previstas pela Lei de Cotas nas fábricas da região estão sendo preenchidas, enquanto, infelizmente, no país temos apenas 50%”, destaca o coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho – SRTb/SP, José Carlos do Carmo (Kal).
A divulgação da Pesquisa reuniu, na sede do Sindicato, empresas, trabalhadores com deficiências, dirigentes sindicais, autoridades, especialistas e militantes pela inclusão.
Parabéns pela pesquisa de muito valor, espero que sirva para que os governos e as empresas olhem para as pessoas com qualquer tipo de deficiência e que dêem mais oportunidades.
Não foi quem somente fazendo de conta que cumprem a Lei, mas dêem reais oportunidades a essas pessoas.
Tenho uma filha autista que não tem oportunidade e necessita muito de um emprego para se sentir dentro da sociedade.