Muito se falou nas últimas semanas sobre pobreza menstrual e, apesar da grande repercussão sobre o debate, ainda é preciso esforço do poder público para combate-la. Jornal, pedaços de pano ou folhas de árvores usados de forma improvisada no lugar de um absorvente para conter a menstruação é realidade para uma pequena, mas significativa, parcela da população que menstrua, por falta de acesso a itens básicos, falta de informação e de apoio nesse período.
O debate trouxe luz à outra questão: como o poder público pode ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social, além da doação das tradicionais cestas básicas e das transferências de renda relativas aos programas sociais?
Pensando nisso, a vereadora Elsa Oliveira (Pode) encaminhou, na última semana, sugestão ao prefeito para que a administração promova um estudo que viabilize o fornecimento de fraldas descartáveis durante 4 meses para bebês de 0 a 4 meses, filhos de mães que fizeram o pré-natal pelo SUS e que estão inseridas no Cad Único.
Para se ter ideia, dos 3057 nascimentos registrados de janeiro a setembro de 2021 na maternidade Amador Aguiar, somente 1806 mulheres passaram por 7 ou mais consultas pré-natal (pouco menos de 60%), de acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde. Deste montante, 54 delas não passaram por consulta alguma e 324 passaram apenas por de 1 a 3 consultas, ou seja, abandonaram o pré-natal durante a gestação.
“As famílias que já se encontravam em situação de vulnerabilidade são as que sentem, de maneira mais contundente, os efeitos da pandemia. Considerando ainda que muitas mães não iniciam e dão continuidade ao pré-natal da maneira recomendada pelo SUS, a presente indicação visa beneficiar essa faixa da população em busca de incentivar a realização do pré-natal e contribuir com esse item básico, que é a fralda descartável, nos primeiros 4 meses de vida dos bebês. O pré-natal bem feito e o apoio nesse período é fundamental para a saúde desses recém nascidos”, salientou a vereadora.
Na mesma via, ela estendeu o pedido para atender, por 24 meses, bebês de 4 meses a 2 anos, também pertencentes à famílias vulneráveis e que estejam inscritas no Cad Único. O benefício fica condicionado à criança estar matriculada nas creches municipais de Osasco.