IRMÃS RELLVA: dança é atividade física que vai muito além do espelho e celebra a vida

Esportes Márcio Silvio

As irmãs Fátima e Cida Rellva são empresárias da dança com estúdio temático em Osasco desde 2000. Um longo trabalho que vem fazendo a diferença na vida de centenas de mulheres ao som de canções ciganas e de baladas árabes. Mas para quem vê esse trabalho como lazer apenas, só diversão, as irmãs alertam que não é assim e apontam a dança como arte de excelência que exige um preparo físico forte.

Mesmo não fazendo parte do tema esportivo, toda dançarina rala barbaridade em treinos diários como atleta, encarando horas tensas para dominar as coreografias suaves mas sem deixar passar a dureza que tudo isso exige. Diante de músicas, adornos, beleza e sensualidade, quem pode dizer que dança é atividade física? As irmãs Rellva dizem que sim.

A dança árabe, por exemplo, exige um trabalho abdominal extremo; além disso, uma combinação de todo corpo que parte de passos fortíssimos a partir dos pés. Nesse particular, a dança se aproxima muito da ginástica rítmica, modalidade onde a atleta esconde toda pressão da rotina com leveza e expressão serena.

E quando fala-se de sensualidade na dança, Fátima Rellva logo trata de destacar que é absolutamente na contramão da vulgaridade. Na dança árabe não há exposição banal e tudo segue uma cultura que vem de séculos e séculos lá do velho oriente. “Nossa dança é um trabalho interno, passamos o ensinamento que o corpo é sagrado”, alerta a professora, representante fiel dos movimentos sinuosos vindos das milenares tendas do deserto.

Quando se fala em dança árabe, a vitrine fica por conta da dança do ventre. E para quem não sabe, é preciso muito treino para esse condicionamento abdominal, fazer o ventre dançar conforme o ritmo dado – seja lento ou acelerado. E por que tem esse nome?

Antônio Costa é psicanalista holístico e parceiro de longa data das irmãs Rellva. Ele é tipo âncora no trato da dança em linha acadêmica e diz que a origem cultural dessa arte engloba temas místicos do feminino: “A mulher expressa gratidão ao Criador por gerar a vida”. O psicanalista está dizendo que a dança do ventre tem como pano de fundo esse papel do feminino, onde o homem é um mero espectador.

E a dança cigana? Agora o palco fica para Cidinha Rellva que resume a arte como sintonia da vida. Além das canções que são absolutamente empolgantes, a aquarela de cores é outro patrimônio de uma cultura riquíssima que está em todos países. Isso mesmo, o mundo cigano é um coletivo nômade que se entrelaça por gerações numa linguagem única em todos continentes.

É preciso preparo físico para dançar? Basta ir a um dos treinos com as Rellva. Rodar aqueles vestidões ou fazer o ventre bailar como na árabe, são coreografias que escondem o trabalho árduo de todo corpo em horas e horas a fio. Se não há aparelhos fitness no estúdio das Rellva, os equipamentos são internos.

Aulas puxadas harmonizando dedos, mãos, postura, plasticidade e respiração porque a dança é aeróbica cem por cento – não há expressão de cansaço, não há expressão de dor porque o condicionamento é interno. “A dança é mágica, tem esse poder”, completa a professora Cidinha.

Diante disso, nem é preciso dizer que com o passar dos treinos a mulherada vai ficando cada vez mais feliz com o resultado físico – firmeza muscular, correção de postura e paz com a balança. “A dança restaura a essência do feminino e a música é a música do nosso eu”, diz o psicanalista Antônio Costa, chegando para aprofundar o tema – que a dança vai além da beleza do espelho, que expressa a mulher restaurada.

Esse trabalho quase missionário das irmãs Rellva já foi reconhecido pela Câmara Municipal de Osasco em 2014. E elas deixam duas máximas sobre a arte que divulgam: que a dança alimenta a alma, que a dança celebra a vida. O estúdio fica na Avenida Lucianinho Melli, 40. Mais informações pelo (11) 94797-1813.

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