O começo foi em 2012, João Ricardo Lourenço era diretor de Esportes de Osasco quando, numa entrevista, revelava o projeto do basquete profissional – categoria feminina. João Ricardo, que aqui no texto passa a ser JR, dizia que estava fechando algumas parcerias para o lançamento. Dito e feito, naquele mesmo ano ele voltaria a falar com a reportagem. Com um sorriso de quase 1,90m de altura, dizia que criava a Aerco (Associação Esportiva, Recreativa e Cultural Osasco) – não deu com a categoria feminina e entrava com a masculina.
E assim surgia a Coruja de Osasco em 2012, com JR na gerência e voltando à paixão de sempre. Voltando? Sim, nos anos 90 ele atuava como ala, jogador veloz e bem ofensivo, tanto que conseguiu derrubar cesta, garrafão e quase todo Liberatão de Presidente Altino numa enterrada espetacular. Agora como dirigente, lançava o basquete e com aquele mesmo olhar agressivo por cestas vitoriosas. Dois anos depois, 2014, ele festejaria o título dos Jogos Abertos do Interior e levaria Osasco à final do Paulista A2 contra Jacareí – a equipe ficou com o vice-campeonato e festejando acesso à elite estadual.
Então, em 6 de agosto de 2015 tinha basquete osasquense na quadra da Divisão Especial, estreia fora de casa e logo com 67 a 61 sobre Limeira. Estadual à parte, a Coruja beliscaria títulos dos Jogos Abertos do Interior e dos Jogos Regionais; e em 2016 faria o primeiro voo internacional e para o vice-campeonato do Torneio Quatro Nações na China.
De 2012 para cá são sete anos de projeto e com os últimos cinco anos na elite paulista. E a grande novidade de Osasco nesta temporada foi o próprio JR como técnico. O basquete perdeu o consagrado Enio Vecchi para o São Paulo e, ousado e confiante como sempre, o presidente foi para a função em quadra. “O balanço do meu primeiro ano como treinador é extremamente positivo. Fizemos grandes jogos diante de verdadeiras potências do basquete brasileiro”, diz o treinador, que destaca: “Dos treze clubes do Paulista, nove são do NBB. É uma competição de altíssimo nível e estar pelo quinto ano consecutivo na elite paulista é uma alegria muito grande.”
O presidente-treinador está tão correto nessa fala porque chega a notícia que ele tem o nome concorrendo a Técnico Revelação na Federação Paulista de Basquete. “Recebo essa informação com o sentimento de estarmos no caminho certo. Não sei se serei eleito, mas o meu foco é Osasco, manter vivo e criar melhores condições para o projeto.”
Ao falar disso, JR não aponta só para o time profissional. O Basquete Osasco tem todas categorias de base e as escolinhas bombam no Geodésico da Cidade das Flores. Segundo ele, há lista de espera por conta da demanda. “Eu fico angustiado por não poder atender mais crianças. Precisamos convencer o poder público da importância do projeto, pra que seja forte a cada ano. Isso é desafiador.”
Ser dirigente e também técnico não gera conflito algum para JR, pois ele faz o que gosta. Agora está na batalha para entrar no Campeonato Brasileiro e por uma cesta ainda mais espetacular. “Nosso grande objetivo é levar Osasco ao NBB, a elite nacional”. E JR crava mais uma novidade: a Coruja tem convite para voltar à China. “É pra disputarmos alguns torneios lá, experiência que vivemos em 2016 e que foi enriquecedora.”