Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos, morreu após apresentar sintomas graves de intoxicação por metanol. A morte ocorreu no último dia 25 de setembro, três dias após ele participar de um churrasco em casa, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, onde consumiu bebidas alcoólicas compradas em uma adega da região.
Daniel, que trabalhava como motorista por aplicativo, foi a quinta vítima confirmada de intoxicação por metanol no Brasil, segundo informações apuradas pela TV Globo. O caso está entre os vários episódios registrados recentemente no estado de São Paulo envolvendo bebidas adulteradas.
Sintomas e agravamento do quadro
De acordo com o boletim de ocorrência, Daniel passou mal no dia 22 de setembro, um dia após o churrasco. Ele apresentou vômito, tontura e dores nas costas. Sua companheira, Josiellen dos Santos, informou que ele havia ingerido grande quantidade de bebidas alcoólicas compradas em uma adega próxima de casa, no bairro São Pedro.
Inicialmente, Daniel foi levado ao pronto-socorro, onde foi medicado e liberado com orientação para tratamento em casa. No entanto, o quadro clínico piorou durante a madrugada seguinte: ele perdeu a visão e precisou ser internado novamente. Foi então transferido para o Hospital Municipal Antônio Giglio, onde permaneceu até o dia 25 de setembro, quando sofreu uma parada cardíaca. Apesar de ter sido reanimado, não resistiu.
O relatório médico aponta que a causa da morte foi intoxicação exógena, ou seja, provocada por uma substância tóxica ingerida.
Outras vítimas e investigações
Além de Daniel, quatro mortes já foram confirmadas em São Paulo relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas com metanol. Segundo o governo estadual, até o momento são 20 casos confirmados de intoxicação, 111 descartados e 181 ainda sob investigação.
Análises preliminares feitas em bebidas apreendidas durante fiscalizações revelaram que o metanol foi adicionado de forma intencional.
Josiellen também contou à polícia que sua prima — que esteve no mesmo churrasco e consumiu as mesmas bebidas — apresentou sintomas semelhantes, ficou internada em estado grave e morreu dias depois. O namorado da prima, que também participou do encontro, faleceu dois dias após o churrasco. As autoridades ainda investigam se essas mortes têm ligação com a mesma bebida adulterada.
Impacto familiar
Daniel era saudável, não apresentava comorbidades e não fazia uso de medicação contínua, segundo a companheira. O casal estava junto há sete anos e tinha uma filha de 11 meses. “O sonho dele era ser pai. Nossa filha vai fazer aniversário neste fim de semana”, contou Josiellen.
