Liga das Nações e Olimpíada pesam agenda do técnico José Roberto quanto a equipe do Vôlei Barueri

Colunistas Esportes Márcio Silvio

José Roberto Guimarães já avisou que se despede do comando da seleção após os Jogos Olímpicos. Até lá a rota está planejada e é trabalho árduo direto com a seleção em busca do ouro em Tóquio.

Nesse ínterim, tem o projeto doméstico em Barueri. Algumas situações pontuais ele ainda consegue dar conta mas deixa o fundo de quadra para quando voltar do Japão. Isso significa que Barueri segue na maciota mas, cabe dizer, sob alerta.

O próprio treinador acionou esse sinal em dezembro e que resultou agora no cancelamento da parceria com o São Paulo. O motivo que apontava no final do ano? Carga demasiadamente pesada para levar sozinho. O São Paulo entrou apenas com o nome e uniforme, grana mesmo só para o depois; e esse depois chega agora com o fim da dobradinha. A diretoria são-paulina se presta a acertar os atrasados com José Roberto, fecha a conta do vôlei e vai manter apenas o basquete masculino e o futebol feminino no alto rendimento, abaixo do futebol.

Menos mal, parceria assim não elevará o projeto de José Roberto entre os grandes da Superliga, por exemplo. Remando sozinho ele já provou que pode chegar longe mas, é fato, precisa de um patrocinador barra limpa. Sim, ele já está nesse jogo mas podendo deixar apertos de mãos e fotos para depois de Tóquio.

E Barueri? Diferente do que rola no vôlei de Osasco com o técnico Luizomar de Moura, o projeto que José Roberto toca tem perfil mais independente. Por exemplo, nesse vácuo deixado pelo São Paulo e caso o técnico receba proposta de outro reduto, nada o impede.

A questão é que ele tem o Sportville colado e faz gosto que o empreendimento seja local. Portanto, em Barueri ele acaba realizando um sonho mas, é bom deixar claro, José Roberto não tem carteirinha de fidelidade com a prefeitura.

Para a próxima Superliga ele deve seguir formando com novinhas mas quer equilíbrio suficiente para um time forte e de chegada. Ele quer parar com essa onda de formador apenas (e tem dado muito certo) mas o papo aqui tem a ver com um cara supercampeão. Então, natural que José Roberto já esteja cansado de ser figurante no nacional.

A saída do São Paulo abre essa janela para ele e, quando voltar de Tóquio, deverá partir para os acertos municipais. Por fim, Jogos Olímpicos fora ele tem pouco tempo até novembro e a Superliga – antes, Campeonato Paulista.

Barueri não vai com mãos de alface nesse aperto e fará de tudo para garantir o projeto. E esse é o ponto que diferencia o gerenciamento de José Roberto com o de Luizomar de Moura em Osasco – um não depende, tanto que tocou a Superliga em modo solo; o outro trabalha há décadas via prefeitura mais as marcas.

Se o poder público de Osasco decidir que o vôlei não é mais interessante, todo mundo no abandono; no caso de José Roberto o jogo é outro, ele é que tem o ace da vez por não depender. Certo, mas precisa contar com parcerias justas e bem pesadas. Se não for assim, vale o que disse no final do ano, que não vai mais carregar nada nas costas.

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