O pré-candidato à presidência da República pelo PDT Ciro Gomes esteve em Osasco na última quarta-feira, 4, visitando a sede do Diário da Região, ele estava acompanhado do pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo Elvis Cezar.
Ciro concedeu uma entrevista coletiva na qual criticou muito a condução do país pelo Presidente Jair Bolsonaro (PL), entre os principais pontos citados pelo pedetista está a crise econômica no qual o país passa atualmente e também o jeito de como o atual presidente se relaciona com as pessoas. Ciro também disparou fortes críticas ao ex-presidente Lula (PT), em alguns momentos acusou o petista de ser o responsável pela situação financeira do país ao transferir poder a meia dúzia de donos de bancos, além da péssima condução da Petrobras. “É preciso que a gente faça da campanha um exercício permanente da educação. Lula é o campeão da demagogia e o Bolsonaro vai na mesma esteira. Porque a população está com fome? Sendo que o país é o terceiro maior exportador de alimentos do planeta terra? Nós destruímos duas estruturas: a formação da renda popular, na qual a pessoa compra sua alimentação através do seu trabalho, e nós destruímos a estrutura de abastecimento e preços. O Lula é o grande responsável. O Brasil entre 1930 e 1980 cresceu 6,7% ao ano. Tudo dava certo no pais, entre 1980 e 2010, já com o Lula no poder, o Brasil perdeu o impulso de crescer, e o crescimento cai para 2.5%. Em 2010, o Brasil vai a 0 de crescimento, de 2010 até hoje, o país pela primeira vez não cresce 1%. O desemprego que era de 4% sobe a 12% e nunca mais desce. O salário mínimo hoje tem o pior poder de compra da história, só não é pior do que o da Venezuela que o PT venera e eu denuncio.”
Ciro disse que é contra a reeleição pois acha que quando existe um candidato eleito na disputa torna-se um plebiscito e não uma eleição. O candidato do PDT disse que há pelo menos dois anos, o Brasil se vê numa disputa entre Esquerda (Lula) e Direita (Bolsonaro), questionado sobre como estourar essa bolha no qual o país entrou, Ciro disse que vai trabalhar muito. “Com muita humildade, muita paciência, muita disciplina e trabalho. Faço uma aposta na inteligência do povo, tenho 40 anos de vida política, isso o que estamos assistindo, é uma peculariedade deste momento e já tem quase dois anos, é uma disputa odienta, rancorosa, despolitizada entre Bolsonaro e Lula. Um sustenta o outro. 30% dos brasileiros não querem nem um, nem o outro. Votam no Lula porque não querem o Bolsonaro, se eu me apresentar como um candidato que posso derrotar o Bolsonaro e não sou corrupto, eu cresço nas pesquisas. E tem aqueles que votam no Bolsonaro por hostilidade ao Lula-Petismo..”
Ciro Gomes entrou no assunto sobre o Estado de São Paulo quando ele era a locomotiva do Brasil. “O Centro da crise brasileira é São Paulo, porém dá para ver claramente que a saída para essa crise necessariamente passa por São Paulo. Em 1980, 1/3 da riqueza brasileira era retirada da indústria, atualmente são apenas 9%. 42% dessa riqueza estava aqui no Estado, não há referência no mundo sobre o desmonte da indústria brasileira nos últimos anos, e São Paulo percebe isso toda semana. É uma tragédia, desde a Dilma até hoje 38 mil indústrias foram fechadas, o modelo econômico condena a indústria brasileira a ter 25% de capacidade ociosa.”
O pedetista é bastante criticado sobre o seu temperamento, ele assume esse “defeito”. “O meu temperamento é muito forte. Isso não pode ser considerado um defeito, isso é fidelidade a valores, é caráter, pudor, retidão, palavra dada, palavra cumprida”.
“O estado das oportunidades, não tem oportunidade nenhuma”, diz Elvis Cezar
O pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo também participou da coletiva e respondeu questões sobre seu novo posicionamento político, assuntos ligados a segurança e também com relação ao momento econômico do estado pós pandemia.
Elvis que já foi prefeito de Santana de Parnaíba e saiu com mais de 85% de aprovação estava no PSDB em 2018 e apoiou Jair Bolsonaro (PSL na época) e o tucano João Doria, o famoso BolsoDoria, candidatos com um posicionamento de direita, Elvis na eleição deste ano estará no PDT, um partido de centro esquerda, o ex-prefeito revelou uma certa mágoa dos seus ex-companheiros de partido. “O governo do PSDB se distanciou do povo, não ouviu as camadas mais populares, porisso a taxa de rejeição é alta. Sem contar a falta de eficiência de gestão. Falta de geração de empregos, não tem a melhor educação do país, a segurança pública não é bem tratada, aqui na nossa região temos um PIB de US$ 54 bilhões,somos o triângulo da prosperidade, temos um polo de tecnologia enorme, e qual o investimento que recebemos? Depois de 10 anos conseguimos apenas um novo acesso da Rodovia Castello Branco. A região oeste é tudo isso que eu falei, sem nenhum investimento há dez anos do governo do Estado. Fiquei 4 anos gritando dizendo que as políticas públicas implementadas estavam levando o estado para o buraco. O estado das oportunidades, não tem oportunidade nenhuma.”
Com relação a segurança pública, Elvis disse que a profissão do policial tem que ser estimuladora. “O policial tem que ter um bom salário, tem que aumentar o salário, efetivos maiores nas cidades, pois tem cidade de 100 mil habitantes com 100 homens no Batalhão, sendo que 20 estarão nas ruas diariamente, é pouco. Temos que investir na guarda municipal. A segurança pública no estado é catastrófica.”
A despoluição do Rio Tietê também entrou em pauta durante a entrevista. “A política do alto-tietê é que traz para nós, aqui de Osasco, essa situação nefasta e destruidora do rio, você pega as cidades de Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Guarulhos, eles descarregam acima de 80% de esgoto coletado e não tratado no rio. Vamos fazer a mesma ação que foi feita no rio Pinheiros, aqui no Tietê. Temos que fazer o tratamento de esgoto de todas as cidades da linha do Alto do Tietê.”