
Você sabia que existe uma especialidade médica que poderia transformar a forma como cuidamos da saúde no Brasil? E o melhor: ela já existe dentro do SUS, é eficiente e tem um impacto direto na vida das pessoas. Estou falando da Medicina de Família e Comunidade (MFC) – a base da Atenção Primária à Saúde.
Diferente do que muitos pensam, o médico de família não é um clínico geral. Ele é um profissional altamente qualificado que acompanha o paciente durante toda a sua vida, entendendo sua história, seu contexto familiar, sua realidade social e suas necessidades. Não é só tratar doenças, é cuidar de pessoas.
O que faz um médico de família?
• Cuidado integral: atende desde crianças até idosos, de problemas simples a crônicos.
• Acompanhamento contínuo: não é atendimento rápido e descartável – é construção de vínculo e confiança.
• Prevenção é prioridade: vacina, orientação, escuta ativa, educação em saúde.
• Coordenação do cuidado: quando necessário, encaminha para especialistas e acompanha todo o processo.
• Olhar social e comunitário: saúde não se faz dentro de quatro paredes. O médico de família conhece o território, os determinantes sociais e atua junto com a comunidade.
Essa é a medicina que queremos ver fortalecida nos bairros, nas periferias, nos pequenos municípios e nas grandes cidades. Uma medicina humana, eficiente e que faz parte de uma política pública que dá certo: a Estratégia Saúde da Família, reconhecida mundialmente como um modelo de sucesso do nosso SUS.
E em Osasco, isso já é realidade
Aqui em Osasco, essa visão já vem sendo colocada em prática com equipes de Saúde da Família que atuam nos territórios, conhecem a população e constroem um cuidado de forma humanizada e contínua. Ainda há desafios, claro. Mas é preciso reconhecer e valorizar que o caminho está sendo trilhado – e ele é o certo.
A presença dos médicos de família nas unidades básicas de saúde representa um avanço concreto na forma de cuidar da população, respeitando seu contexto, sua cultura e suas necessidades. Osasco mostra que é possível fazer saúde com dignidade e compromisso social.
Por que isso importa?
Porque todos têm direito a um cuidado de qualidade, próximo e resolutivo. Porque saúde é mais do que remédio: é afeto, é presença, é escuta. Porque fortalecer a Medicina de Família é lutar contra as desigualdades, é garantir que o pobre, o preto, o periférico também tenha um médico que o conheça pelo nome e acompanhe sua história.
A Medicina de Família é resistência, é cuidado com raízes, é transformação social.
*Dra Simone Neri é médica, gestora, ativista social e defensora do SUS