Em parceria com a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), a Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda, entregou no sábado, 10/12, o Memorial em Homenagem às Vítimas do Amianto, que fica na Praça do Expedicionário Mário Buratti, no Centro. A cerimônia contou com a presença do prefeito Rogério Lins, do prefeito de Bom Jesus da Serra/BA, Jornando Vilasboas, do deputado estadual baiano, Zilton Rocha, entre outras autoridades.
A praça que recebeu o memorial passou por uma grande reforma, o que inclui reconstrução da calçada, novo paisagismo com diversos tipos de flores e implantação de iluminação em led.
O memorial recebeu a escultura “Árvore-Pulmão”, como símbolo que representa a vida. O tronco da árvore, com suas linhas retas, representa as fibras do mineral, os galhos superiores simbolizam o macrocosmo e as folhagens os pulmões das milhares de vítimas do amianto. O monumento pesa aproximadamente 1,5 tonelada de aço e foi construído pelo artista plástico Wagner Hermusche.
O local também ganhou um painel com nomes de mais de 600 pessoas que ficaram expostas ao amianto e morreram em virtude das doenças provocadas pela fibra do mineral cancerígeno.
Em seu discurso, o prefeito Rogério Lins destacou a importância do memorial não só para Osasco, mas para todo o país. “Esse memorial é muito importante, porque ele representa a luta pela vida. Então, isso daqui é mais do que um ato simbólico. Nós estamos fincando uma luta que é permanente em apoio àqueles que ainda sofrem por conta do amianto e pelas famílias das vítimas, que merecem todo nosso carinho e respeito”.
O presidente da ABREA, Eliezer João de Souza, agradeceu a administração municipal pela parceria. “Deixo aqui minha gratidão a Prefeitura de Osasco por essa parceria. Esse sonho nós iniciamos há sete anos e, hoje, graças a essa parceria nós estamos entregando esse memorial, que é o mínimo que poderíamos fazer pelos nossos eternos amigos”, concluiu.
SOBRE O AMIANTO
O amianto é um material bastante versátil e sua extração é barata, por isso seus produtos possuem baixo valor agregado. Porém, é uma substância que não possui níveis seguros de uso. Por causar câncer em quem se expõe a essa substância, sejam trabalhadores, seja a população de modo geral, sua utilização foi banida no Brasil e outros diversos países.
Desde 2017, o uso do amianto foi proibido no Brasil graças a uma ação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que afirmaram ser inconstitucional o segundo artigo da Lei 9005/90, que define as regras para a exploração do amianto no país, permitindo sua utilização e comercialização de forma controlada.