Com a participação do economista, escritor e empresário Eduardo Moreira e do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), o professor Mário Luiz Guide, diretor da Fundação João Mangabeira (FJM), organizou, em conjunto com o PSB de Osasco, um encontro que discutiu “o impacto da pandemia na desigualdade social”. O evento, que visa contribuir para o projeto de autorreforma do PSB, foi realizado pelo zoom e contou ainda com a participação da presidente do PSB de Osasco, professora Tereza Santos e do vereador Julião (PSB).
O Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo, ocupando a 7ª posição no ranking da desigualdade. Para o economista Eduardo Moreira, o Brasil não só continua sendo um dos países mais desiguais do mundo, como está piorando, tornando-se, em alguns índices que medem a desigualdade de renda, o mais desigual do mundo democrático.
Autor de vários livros, entre eles “Desigualdade & Caminhos para uma sociedade mais justa”, Moreira conta que com a pandemia do novo coronavírus, a concentração de renda aumentou no país e atingiu o pior nível em duas décadas. Os 50% mais pobres, cerca de 105 milhões de pessoas, ficaram com menos de 10% de toda renda gerada no país, ganhando, em média por pessoa, pouco menos de 500 reais por mês. Já, 1% dos mais ricos, detém mais do que o dobro da renda dos 40% mais pobres, uma vergonhosa desigualdade na opinião do economista. “É preciso atacar a desigualdade para atacar a pobreza, não existe solução se não fizermos uma redistribuição de renda mais justa”, afirmou.
Ele disse ainda que, quanto mais desigual o país fica, mais essas pessoas concentram riqueza e poder, criam barreiras que impendem o crescimento dos pequenos. “É preciso implantar políticas sociais e adotar um sistema tributário que incida, proporcionalmente, mais sobre a renda, os lucros, o patrimônio e a herança dos mais ricos. É impossível resolver o problema do povo pobre se você não tirar dessas pessoas mais ricas que acumulam riquezas e redistribuir a renda de forma justa”, defendeu o economista.
Na sua avaliação, o país entrou num colapso econômico porque o governo foi inoperante, não cuidou da pandemia com medidas rápidas para combater o vírus, não estabeleceu o lockdown necessário e não ofereceu apoio financeiro suficiente aos mais necessitados.
Apesar do caos econômico que se encontra o país, Moreira acredita que “o rumo pode ser mudado num estalo quando você está na direção correta. Não podemos desistir da luta”, finalizou.