Serviço social do PS Imperial encontra família de homem desaparecido há 10 anos

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Encontrado caído próximo a um córrego na região de Alphaville, desacordado, com uma fratura no calcanhar direito, só com a roupa do corpo e sem qualquer documento. Esse era o estado de Maurício dos Santos Nogueira, de 45 anos, quando foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Pronto Socorro José Agostinho dos Santos, do Parque Imperial, em 24 de julho.

Sem lembrar o próprio nome completo, endereço ou o contato de algum parente, Maurício só pronunciava palavras confusas e frases desconexas. Passaram-se, então, 18 dias de um processo intenso de pesquisa e procura por mais informações que ajudassem a localizar a família ou algum conhecido daquele homem franzino, moreno, magro, mas bastante tranquilo e educado. 

Porém, não fosse o esforço e dedicação do serviço social da unidade, especialmente da assistente social Natali Prado, muito provavelmente a vida de Mauricio seguiria no desalento e desamparo daqueles que perambulam sem destino pelas ruas das cidades da região metropolitana de São Paulo. Maurício, que manifesta alguns problemas psiquiátricos, estava já há dez anos vagando por aí.

Nome do irmão
A equipe do Pronto-socorro procurou informações em vários locais para obter alguma informação que ajudasse a identificar Maurício e localizar algum parente seu. Até que, com muita paciência e insistência, a assistente social do PS do Parque Imperial conseguiu “tirar” de Maurício um nome: “João Paulo Arruda Nogueira”, que seria seu irmão.

Com aquela informação, Natali começou a pesquisar nas redes sociais. Até que encontrou vários nomes semelhantes ao informado por Maurício. A assistente social foi mostrando para ele as fotos dos perfis até que, ao se deparar com uma delas, ele apenas sorriu.

Foi ali que Natali percebeu que tinha descoberto um caminho mais seguro para desvendar o mistério sobre aquele homem de memória fraca e palavras sem muito sentido. Imediatamente mandou uma mensagem para o dono do perfil na internet e, vinte minutos depois, veio a resposta. Sim, João Paulo tinha um irmão desaparecido há dez anos, e ao ver a foto de Maurício, confirmou que era ele o parente sumido por tanto tempo.

Encontro emocionado
Confirmado o parentesco, na quinta-feira (dia 11) a equipe do Pronto-socorro promoveu o reencontro entre Maurício e sua família. Não foi pouca a emoção de Maurício ao rever João Paulo e sua outra irmã, Maria Aparecida Nogueira, que vieram de Paraisópolis, em São Paulo, buscá-lo.

Maurício sofre de problemas mentais desde quando tinha 20 e poucos anos e sofreu um acidente de moto. Segundo seus familiares, ele costumava “desaparecer” de tempos em tempos, mas sempre por períodos curtos. Até que da última vez ficaram todos esses dez anos sem notícias dele.

“A gente já tinha desistido de procurar o Maurício. Pensávamos até que ele estaria morto”, comentou a irmã Maria Aparecida. “Fomos montando um quebra-cabeça até juntar as informações e localizar os parentes de Maurício. É uma felicidade indescritível ter conseguido mudar a história dele”, completou Natali.

Humanização
O diretor técnico do PS do Parque Imperial, Luiz Fernando Xavier, comentou que a humanização é uma das principais diretrizes na gestão do equipamento. “Sempre procuramos nos colocar no lugar do paciente”, disse. “Não fosse o amor e a dedicação da Natali, não teríamos chegado a lugar algum”, concluiu.

Agora Maurício vai voltar para a casa de uma outra irmã, Cleuza, no Parque Andreense, em Santo André, onde morava antes de desaparecer. “Quero trabalhar com móveis, e perto da família agora vai ser mais fácil”, comentou Maurício, ainda bastante emocionado.

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