Chegou a vez do advogado Adriano dos Santos Elias tomar a vacina contra a Covid-19. Ele estava ansioso por esse momento. Quando questionado sobre qual preferia, nem pensou duas vezes: “eu prefiro a que estiver disponível, só quero me proteger!”.
A atitude de Adriano é um exemplo a ser seguido. Bem-informado, ele sabe que todas as vacinas disponíveis são eficazes e que é muito importante imunizar-se.
“O importante é se vacinar, não importa qual vacina seja. Só depois de toda a população imunizada teremos alguma possibilidade de vislumbrar um futuro sem essa pandemia. Confie nas vacinas, todas são muito boas e protegem bastante, evitam que a doença se manifeste na sua forma grave. Com a colaboração da população vamos diminuir esses índices de contágio e mortes. Isso é responsabilidade de todos”, destaca o secretário de Saúde de Barueri, Dionisio Alvarez Mateos Filho.
O apelo não é à toa. As equipes presentes nos polos têm relatado que algumas pessoas querem escolher a vacina e, como isso não é possível, negam-se à imunização.
Mas, de acordo com a diretora técnica de Enfermagem, Fernanda Lucas Medeiros Munhoz, é uma questão de buscar orientações corretas. “As vezes o paciente chega já com a negativa após saber qual é a vacina que será administrada, porém, depois da orientação técnica sobre a eficácia da vacina, de falar especificamente de cada uma, ele acaba mudando de ideia e adere à vacinação”, diz.
Pode confiar
A vacina não impede que a pessoa contraia a doença, mas tem um papel importante em evitar que ela se desenvolva na forma grave, o que leva à internação e, muitas vezes, à morte, conforme explica a coordenadora da Vigilância em Saúde de Barueri, Rosana Perri Andrade Ambrogini.
“Qualquer uma das vacinas contra Covid que estão disponíveis à população apresentam a eficácia e a segurança necessárias para autorização, senão elas não teriam sido aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso quer dizer que escolher entre um ou outro fabricante é uma bobagem. Se você deixa de tomar a vacina de um determinado fabricante e fica esperando pela vacina de um outro, está se expondo durante um período maior, sem nenhuma proteção e de uma forma absolutamente desnecessária”, esclarece Rosana.
A coordenadora conta que há casos de pessoas que quiseram esperar e nesse meio-tempo contraíram a doença e desenvolveram sua forma grave. “Não importa qual é o fabricante, se ele está disponível à população é porque ele pode ser utilizado por todos nós com respostas que nos garantam mais segurança. Vacina boa é aquela que você toma”, salienta. Rosana também acha importante lembrar a importância de tomar as duas doses: “para um melhor resultado é necessário aguardar em torno de 20 dias após a segunda dose, porque nesse momento o organismo deve atingir a melhor resposta ao imunobiológico”.
Sobre as vacinas
Até agora Barueri já recebeu três tipos de vacina: a CoronaVac, a AstraZeneca e a Pfizer. Os municípios aguardam a chegada de doses da Janssen também. Conheça a eficácia de cada uma, de acordo com o Instituto Butantan:
CoronaVac
Utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), uma técnica consolidada há anos e amplamente estudada. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica. Os ensaios clínicos da CoronaVac no Brasil foram realizados exclusivamente com profissionais da saúde, ou seja, pessoas com alta exposição ao vírus.
Tecnologia: vírus inativado
Eficácia: A eficácia global pode chegar a 62,3% se o intervalo entre as duas doses for igual ou superior a 21 dias. Nos casos que requerem assistência médica, a eficácia pode variar entre 83,7% e 100%
Intervalo entre doses: 14 a 28 dias
AstraZeneca
A tecnologia empregada é o uso do chamado vetor viral. O adenovírus, que infecta chimpanzés, é manipulado geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2.
Tecnologia: vetor viral
Eficácia: 76% após a primeira dose e 81% após a segunda
Intervalo entre doses: 12 semanas
Pfizer
Baseia-se na tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O RNA mensageiro sintético dá as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune.
Tecnologia: RNA mensageiro
Eficácia: 95% após a segunda dose
Intervalo entre doses: até 12 semanas após a primeira dose
Janssen
É aplicada em apenas uma dose, mas ainda não está disponível no Brasil. Assim como o imunizante da Astrazeneca, também se utiliza da tecnologia de vetor viral, baseado em um tipo específico de adenovírus que foi geneticamente modificado para não se replicar em humanos.
Tecnologia: vetor viral
Eficácia: 66,9% de eficácia para casos leves e moderados e 76,7% contra casos graves 14 dias após a aplicação
Intervalo entre doses: dose única