Na terça-feira, 3, o projeto “Osasco que Queremos” realizou seu terceiro encontro na Câmara Municipal de Osasco para discutir “a construção de uma boa rede de saúde pública na cidade”. O evento, que foi presidido pelo vereador Prof. Mário Luiz Guide, contou com a participação do médico e ex prefeito de Taboão da Serra, doutor Evilásio Farias, do secretário adjunto da prefeitura de Guarulhos, Dalmo Viana, do atual chefe de gabinete do prefeito Rogério Lins, José Carlos Vido e da professora Tereza Santos, presidente do PSB de Osasco.
Pesquisas realizadas em diversos bairros da cidade mostram que 92% dos moradores querem uma rede de saúde pública que atenda bem à todos. O vereador Mário Luiz Guide, que é um dos coordenadores do “Osasco que Queremos”, disse que os dados colhidos desde gestões anteriores como as dos prefeitos Celso Giglio, Silas e Emídio, indicam que Osasco conseguiu montar uma boa rede de saúde que hoje conta com 36 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 5 Prontos-Socorros, 2 Policlínicas, 2 Postos de Pronto Atendimento (PPA), 3 Centros de Atenção Psicosocial, 3 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), 2 Hospitais, sendo um Geral e uma Maternidade, um Centro de Atenção à Saúde do Idoso, uma Casa da Mulher e um Ambulatório de Odontologia. “Apesar de uma boa estrutura, ainda existem muitos problemas para serem sanados, ressaltou o vereador citando como exemplo “a falta de médicos, a demora para marcar consultas e exames e a falta de medicamentos de uso contínuo”. Já o atendimento do médico e dos atendentes é considerado bom pelos usuários pesquisados”, disse o vereador.
Para José Carlos Vido a questão da saúde pública não é um problema só de Osasco, mas de todo o país. Ele acredita que a falta de reajuste na tabela de repasses do SUS aos prestadores de serviços foi um dos principais fatores para o agravamento da saúde no município, com importantes hospitais deixando de prestar atendimento ao público. Vido afirmou que apesar das dificuldades, “a Saúde de Osasco passa por uma grande transformação, com importantes avanços”. Ele informou que, em parceria com a Uninove, a maioria das UBS serão totalmente reformadas e construídas novas unidades em Presidente Altino e no Jd. Bonança. No Jd. Novo Osasco e Jd. das Flores será retomado os atendimentos de emergência 24h. O prefeito determinou ainda a ampliação do horário de atendimento nas UBS para às 20h, com grande parte delas passando a funcionar também aos sábados. Além de reformas no Hospital Antônio Giglio, serão realizadas reformas grandes no PS do Jd. Santo Antônio e na sequência no PS do Jd. Helena Maria. Vido disse ainda que o prefeito pretende iniciar este ano, a construção do Hospital da Criança no Jd. Piratininga, com 40 leitos normais mais 10 leitos de UTI.
Já o doutor Evilásio Farias, ex prefeito de Taboão da Serra, disse que sua experiência como médico e gestor público mostrou “como é difícil gerir a saúde pública no país, independente da cidade”. Em sua reflexão, analisando os números do município, com 708 mil habitantes e um orçamento de 2 bilhões de reais dos quais 636 milhões são aplicados na saúde, ou seja 30% do orçamento, “pode-se dizer que Osasco tem uma rede de saúde muito bem balanceada e equilibrada, tendo uma unidade de saúde para um núcleo médio de 15 mil pessoas”. Gasta com saúde para 600 mil pessoas o que Taboão e Embú gasta para toda a população. Isto, no panorama geral, coloca os números de Osasco acima da média dos municípios brasileiros”, ressaltou o médico. Para ele, o segredo para ser ter uma boa rede de saúde está na gestão e no financiamento da saúde.
O sociólogo Dalmo Viana, secretário adjunto de Saúde em Guarulhos, citou algumas ações que se adotadas podem ajudar a melhorar a gestão da saúde no município tais como: sistema informatizado de saúde, prontuário eletrônico, aperfeiçoamento e capacitação de pessoal, diálogo com o Poder Judiciário visando padronizar as demandas judiciais, que realmente são de responsabilidade do poder público local, entre outras. Ele destacou ainda que os gastos com saúde ainda estão muito longe do ideal no Brasil e fez uma comparação com outros países como Inglaterra, França, Alemanha, Canadá e Austrália que tem um investimento público em saúde cinco vez maior que o Brasil.