A experiência de gravar 20 programas em 2 dias com Felipe Bronze

Alexandre Frassini Capa Colunistas

Quem me conhece sabe que nunca tive tanta ambição assim no ramo gastronômico e até sou um pouco, ou totalmente, avesso ao lance Gourmet. Gosto da culinária popular, da comida do povo, do underground. Cozinho em bares, restaurantes, na rua, na favela, no meu salão, e algumas vezes em mansões e condomínios de luxo. Em qualquer situação só coloco como um objetivo principal, “todos tem que serem tratados iguais, com respeito e com educação e claro, sorriso no rosto”. Mas se tem uma coisa que me estimula são os desafios que a vida nos dá. E já tive vários. Desde um convite para cozinhar na TV, de ter meu próprio programa, de gravar comercial de uma grande marca de eletrodomésticos, preparar o jantar romântico para os Dia dos Namorados para uma empresa de produtos de beleza, de cozinhar para 6 mil pessoas, de montar camarim de artistas como Almir Sater, de cozinhar na rua para os moradores na véspera de Natal com o pessoal do Entre Nós e até assinar essa Coluna, entre muitos outros. Mas um dia eu recebi o maior desafio de todos. Ser assistente por 20 programas do Chef Felipe Bronze. Confesso que tremi na base, como dizem por aí. Mas fui com a cara, a admiração e a coragem.

Não é segredo para ninguém que alguns Chefs de tv são casca grossa, rudes, e às vezes exagerados nas cobranças. E eu tenho aversão a esse tipo de gente. E essa foi a primeira dúvida. Será que Chef é gente boa? E com minhas dúvidas fui até o aeroporto de Congonhas buscá-lo com os ingredientes que ele iria usar na gravação, que ele trouxe do seu restaurante Oro no Rio de Janeiro e já tive uma boa impressão quando ele se desculpou pela demora, pois o voo atrasou.

Voltei para Osasco com uma caixa cheia de ingredientes de um dos melhores e mais premiados Restaurantes do Brasil e no dia seguinte parti para a Cozinha do Clube Hebraica.

Alguns da equipe de Produção eu já conhecia, pois tinha feito alguns trabalhos com eles e os outros profissionais, eu estava conhecendo ali. Decorei o cenário com plantas naturais de ervas, pimentas e temperos, pois já sabia que o Felipe gostava de utilizar e separei todos os ingredientes do seu restaurante na sequência e em ordem, pois tinha em mãos as 20 receitas que ele iria fazer. Não vou detalhar aqui os pratos que ele preparou, mas posso te garantir que foi sensacional. E eu estava com elas nas minhas mãos.

Felipe Bronze chegou e rapidamente me deu alguns toques importantes do que ele queria. Coisas que não tenho vergonha de dizer que não sabia e que pude depois levar para meu programa, como por exemplo, não usar prato branco. E eu fiquei surpreso com alguns detalhes e capricho de seus pratos.

A minha função era separar os ingredientes de cada receita, as panelas e os pratos que o Chef iria utilizar e montar uma banca de opções de ingredientes que ele poderia em algum momento usar. E claro, ele sempre usava, para desespero de sua assistente Patrícia que me perguntava quais os ingredientes que ele acrescentou para detalhar na receita que escrevia em paralelo. Depois a gente até se acostumou e eu ia passando pra ela de imediato.

No primeiro dia gravamos oito programas e no segundo pegamos pilha e finalizamos os outros 12. Acabava um, já montava tudo para o próximo.

Sai de lá orgulhoso, contente por ter vivido essa experiencia, e voltei pra Osasco de cabeça erguida.

Ah, vocês querem saber o que achei do Felipe Bronze? Bom é o seguinte. Desde que chegou na gravação tratou todos com muita cordialidade e respeito. Me chamou a atenção de forma educada e me orientou como um mestre. Elogiou a minha organização com os ingredientes, cenário e as ordens de suas receitas. Mostrou que não é um dos melhores Chefs de Cozinha do Brasil por acaso. No dia seguinte das gravações me mandou uma mensagem no whatsapp agradecendo e eu guardo até hoje. Ele não está entre os melhores à toa e falou uma frase num bate papo informal com a equipe, que me chamou a atenção e me fez refletir.

“O problema é que hoje tem muita gente querendo ser Chef de Cozinha, mas esquece que primeiro tem que ser Cozinheiro”.

Obrigado Felipe!!!

Até a próxima, galera!!!

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