Ao irmão Reinaldo Vaz

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Era domingo, 4, o relógio marcava 7h da manhã, eu recebi uma ligação, exitei em atender pois sabia que do outro lado, a notícia não era a que eu esperava. Naquela noite dormi mal, acordei várias vezes durante a noite. Amanheceu. Era domingo de Páscoa, momento de celebrar a ressureição, de renovar nossas esperanças, acreditar no impossível. Respiro fundo e atendo a ligação, neste momento o mundo parou, os pássaros pararam de cantar, um silêncio tomou conta da minha casa e da minha alma. A voz do outro lado ecoa em meus ouvidos até hoje. “O nosso amigo nos deixou”. Foi assim que começou o meu domingo de Páscoa, mas porque você? Porque tão cedo? Eu poderia ter feito algo a mais para te ajudar? Faltou um abraço, um aperto de mão, um conta comigo, amigo!, faltaram capítulos em nossa história.

Uma história que começou no ano de 2013, não interessa o tempo da amizade, mas a intensidade na qual nós vivemos essa amizade. A primeira pauta, uma entrevista com um empresário de Osasco, saí da redação sem conhecer o fotógrafo que me acompanharia nessa pauta. Nos encontraríamos no local. Cheguei no local da pauta, poucos minutos depois ele chegou, em meio a vários compromissos profissionais, ele parava para me ajudar e ajudar o Correio Paulista. A entrevista foi rápida, a sessão de fotos também. Fechei o texto, recebi as fotos. Quando parei para analisar essas fotos, vi que tinha algo especial, não eram apenas fotos do entrevistado, era um pouco da alma daquele que virou manchete no jornal. Naquele dia nascia uma amizade e nasceu também a minha admiração. Quantas vezes ele subiu em árvores para fazer a melhor foto, deitou no chão para o melhor ângulo, a composição de cena, não tem igual. Muitas pautas estivemos juntos, muitas histórias contadas, muitos clicks feitos, histórias tristes, outras alegres, nosso entrosamento era perfeito. Cada um na sua, e cada um fazendo o seu melhor, pois um texto quando abraça uma foto, a probabilidade de chamar a atenção de quem pega o jornal ou acessa a matéria no site é grande.

Dessa cumplicidade profissional, surgiu uma amizade. Um sentimento sem nada em troca, uma amizade simples, aquela que você sabe que pode contar a qualquer momento. Foram vários os momentos felizes. Mas passou tão rápido. Eu não estava preparado para essa despedida. Eu não estou preparado ainda. Diga que foi uma brincadeira de mau gosto, que vou acordar desse pesadelo e você estará dando aquela risada que era sua marca registrada. Diga que tudo isso é mentira, vamos continuar a eternizar momentos, personagens e pautas. Estou esperando a sua ligação para falarmos da vida, de acontecimentos do dia a dia ou dos nossos filhos. Estou esperando o próximo jogo do Corinthians contra o São Paulo, se o meu time perder, sei que vou aguentar as suas zoações. Vou esperar tá?

Poxa Rei, como é difícil, ficar aqui sem você!

Você teve tanto medo dessa doença, ficou guardado na sua casa durante muito tempo, sempre preocupado com os amigos, se eles estavam bem, se precisavam de alguma coisa. Eu sempre te disse que não estava precisando. Mas hoje, eu preciso e muito. Preciso de um abraço, de um telefonema ou de apenas uma mensagem no whatsapp, meu amigo.

Sei que o tempo tirará essa dor de perder um amigo e dará espaço a saudade e da saudade as velhas lembranças e ensinamentos que você deixou com sua simplicidade, o de ajudar ao próximo a todo custo, a inquietude perante as mazelas da vida e acima de tudo, curtir a vida.

Espero que você tenha aproveitado muito tudo isso.

Não estive perto de você nos últimos momentos da sua vida, mas você sempre estará perto de mim e no coração para toda a minha vida, pois além de um amigo você se tornou um irmão mais velho.

Agora, o nosso Rei está ao lado do Rei.

Obrigado por tudo meu irmão! Serei eternamente grato a tudo que você fez na minha vida e na vida da minha família.

Já estou com saudades!

P.S Para você que leu esse texto, ele foi feito com muita emoção para um amigo e se você tem um amigo, ligue para ele, diga o quanto ele é importante para você, faça isso antes que seja tarde. Nós nunca sabemos o que vai acontecer.

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