Fotos: Robson Cotait
A Câmara Municipal de Osasco realizou, na última quarta-feira (21), um seminário sobre o combate à exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes, com participação de especialistas, autoridades e entidades que atuam na proteção da infância. O evento integra a Semana de Combate ao Abuso Sexual Infantil, em alusão ao 18 de maio, instituído pela Lei Federal nº 9.970/00 e Lei Municipal nº 4006/06.
A iniciativa foi proposta pela Comissão Permanente da Criança, do Adolescente, da Juventude e da Mulher, presidida pela vereadora Elsa Oliveira (Podemos), que conduziu os trabalhos ao lado da relatora Stephane Rossi (PL) e dos membros Elania Silva (PSD) e Heber do JuntOz (PT).
Falas dos vereadores

Elsa Oliveira abriu o seminário com um discurso firme:
“Estamos aqui para nos comprometer com essa causa. A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma ferida aberta, silenciosa e cruel, que não pode ser ignorada.”

Stephane Rossi ressaltou a importância da abordagem entre os jovens:
“Esse tema é difícil, mas não pode ser um tabu. Infelizmente os casos existem, e precisamos enfrentá-los com coragem e informação.”
Elania Silva enfatizou o papel da educação sexual e da denúncia:
“A prevenção começa com o conhecimento. É preciso ensinar as crianças a reconhecerem situações de abuso e a denunciarem. Temos canais como o Disque 100 e os conselhos tutelares à disposição.”

Heber do JuntOz fez um apelo por mais ações como esta:
“A sociedade evita falar de temas que causam dor, mas precisamos enfrentar a realidade. Realizar um seminário como este é um ganho enorme para a sociedade.”
Especialistas trazem dados e soluções

A doutora Juliana Fonseca de Oliveira Neri, doutora em Educação, apresentou dados da SaferNet Brasil, destacando que em 2023 foram registradas mais de 7 mil denúncias de abuso sexual infantil na internet.
“Precisamos de formação e informação para saber acolher. Que sejamos a mão que interrompe o ciclo de violência”, declarou.

Gilma Rossafa, da Associação Camila, falou sobre o trabalho da entidade com crianças em situação de risco:
“O problema muitas vezes está na falta de políticas públicas. Se não houver ações concretas nas famílias, estaremos apenas ‘chovendo no molhado’.”
As delegadas Juliana Arduino e Camila de Camargo, da Delegacia da Mulher de Osasco, abordaram o comportamento dos abusadores e os desafios da denúncia:
“O abusador é esperto, sabe como agir. Muitas vezes, a mãe se cala por medo ou por ser dependente emocional ou financeiramente”, disse Juliana.
Camila reforçou: “A Lei Henry Borel (2022) é clara: qualquer pessoa que suspeite ou presencie abuso infantil tem o dever legal de denunciar.”