Os alunos da EE. José Geraldo Vieira, agora campeões invictos no xadrez masculino, dedicaram o título à Diretora Simone Tavares Techima, que deixou o cargo um dia antes do torneio.
Em meio a um cenário de instabilidade administrativa, a Escola Estadual José Geraldo Vieira, de Osasco (SP), protagonizou um momento de forte significado social e pedagógico ao conquistar, de forma invicta, a medalha de ouro no xadrez coletivo masculino dos Jogos Escolares do Estado de São Paulo (JEESP), no último dia 15 de maio. Mais do que uma vitória esportiva, o feito representou um ato de resistência e reconhecimento: os estudantes dedicaram a conquista à ex-diretora Simone Tavares Techima, removida do cargo um dia antes da competição, em uma decisão que gerou comoção na comunidade escolar.

Sob orientação dos professores Marcelinho e Bárbara, a equipe garantiu 16 dos 20 pontos possíveis, demonstrando excelência técnica, foco e espírito colaborativo. A medalha dourada, celebrada com entusiasmo pelos alunos, veio acompanhada de uma homenagem emocionante nas redes sociais, onde os estudantes ressaltaram a importância da ex-gestora no incentivo ao esporte e na construção de um ambiente escolar acolhedor e participativo.
“Essa medalha também é da nossa diretora Simone, que sempre confiou em nós e se esforçou para melhorar nossa escola”, escreveram os alunos em publicação coletiva. “Tudo o que alcançamos reflete o seu trabalho.”

O afastamento de Simone Techima, baseado em supostas metas não atingidas no Saresp e no uso de plataformas digitais da SEDUC, foi recebido com indignação por parte de professores, funcionários, pais e alunos. Vista como uma liderança engajada e próxima da comunidade, a ex-diretora é lembrada por iniciativas como a conquista da reforma da quadra coberta da escola, um sonho antigo da comunidade escolar que começou a sair do papel durante sua gestão.
Neste contexto, a vitória no JEESP ganhou contornos maiores: transformou-se em símbolo da força coletiva, da autonomia estudantil e da valorização da escola pública. Mesmo diante de incertezas administrativas, os jovens atletas demonstraram maturidade, resiliência e senso de justiça — valores que vão além do tabuleiro de xadrez.
A Secretaria Estadual de Educação foi procurada, mas não se pronunciou sobre o caso. Enquanto isso, a história do JGV ecoa como exemplo de como o esporte, aliado ao compromisso pedagógico, pode mobilizar, empoderar e transformar vidas, reafirmando o papel da escola como espaço de construção cidadã e de expressão democrática.