Ceagesp na região?

Colunistas Oscar Buturi

Um encontro dos prefeitos da Região Oeste, trouxe novamente à tona um tema que pode alterar a dinâmica regional. Trata-se da possibilidade de implantação do futuro Ceagesp na área da antiga lagoa de Carapicuíba, no limite com Osasco e próximo do Tamboré. A proposta avaliada pelo Governo e apresentada aos prefeitos é diferente do que hoje existe na zona oeste da capital, já obsoleto e incômodo. O projeto inclui um shopping, um centro de convenções e um hotel, além da zona cerealista, também localizada na cidade de São Paulo. A localização privilegiada e a possibilidade de articulação entre modais de transporte (rodovias, ferrovia e rio Tietê) são vantagens exploradas na concepção. A expectativa de vitaminar as receitas municipais com a geração de impostos fez brilhar os olhos dos presentes. Nesse quesito, Carapicuíba será a maior beneficiada, caso o plano se concretize. Mas a instalação de um complexo como a Ceagesp em qualquer que seja o local realmente assusta num primeiro momento, afinal, os problemas decorrentes de sua operação na Vila Leopoldina são bastante conhecidos. Historicamente, o poder público não tem conseguido evitar a degradação urbanística e ambiental de áreas com atividades dessa natureza e/ou similares. Trânsito intenso, poluição ambiental (sonora, visual, atmosférica, etc.), prostituição e violência estão entre os principais impactos negativos gerados na região e seu entorno. Apesar de benefícios financeiros e compensações aos municípios, talvez o maior desafio do projeto seja garantir o pleno funcionamento do complexo com eficiência no abastecimento metropolitano, melhorias na qualidade de vida regional, especialmente, local. É o tipo de intervenção que não pode dar errado, sob o risco de, ao invés de melhorar o futuro, fazer exatamente o contrário. Outra proposta também avaliada pelo governo estadual, mas não apresentada na ocasião, está localizada em Santana de Parnaíba, nos limites com Barueri e Osasco, e acesso principal pelo Rodoanel. Neste caso a alternativa enfrenta resistências de moradores de Alphaville pela proximidade e potenciais impactos negativos. Apesar disso não está descartada.

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