Crise dos 40 é real?

Colunistas Talita Andrade

Conversei com amigas, pesquisei a fundo sobre o tema e descobri muitas circunstâncias que me fizeram refletir. E caramba, ser mulher é ter uma escada de crises existenciais para chamar de sua. Crise dos 20, 30, 40.
Me diz, que finalmente nessa idade vamos poder abrir o botão da calça, soltar a barriga e relaxar despreocupada?
A mulher aos quarenta anos é automaticamente projetada a olhar para si mesma, rever todo o processo de sua vida até ali e então retraçar a rota do futuro. Olhar para dentro e tentar resolver as incógnitas que foram postergadas até o momento. Muitos dizem que é a fase da briga contra o relógio biológico. Mas eu duvido. É a menina adulta, que pode contar com muitos benefícios, principalmente o de ser quem quiser, como quiser, já que já desbravou muitas ou todas as curiosidades que teve.
E diante de tantas reflexões, as percepções e distinções do fútil e do verdadeiro. Das pessoas importantes, do valor da própria companhia, das apreciações dos momentos únicos, do orgulho da própria trajetória e a leveza de aceitar o que não deu certo.

Claro, consciência de ter vivido coisas induzidas, ou manipuladas como corretas no momento. Socialmente falando, aquele típico manual de vida, que as mulheres nascem condenadas na criação machista: educação para servir, formação e profissão, casamento, maternidade e por fim, priorizar e eternizar a família. A jornada tradicional do belo e moral.

Mas então, rapidamente o questionamento. Eu sou livre!
Este é o sentido de viver os anos, tantas superações, tantos sofrimentos. Liberdade!
Pela moral e o direito de simplesmente viver para si. Já era tempo.

Muitas decidem ser mães nessa idade, e ainda lidam com preconceitos ignorantes de pessoas que julgam ser tarde demais essa vida nova. Que absurdo!

Um ponto final, um novo amor. Uma nova vida. A idade em que a mala traz referências que ajudam no futuro. A mulher loba, que brinca e sonha com a mesma vontade de duas décadas atrás. Só que agora, com mais vontade, com mais coragem.

Ahhh, mulher de quatro décadas… Eu invejo o poder de vocês. São capazes de distinguir amor de paixão, o passageiro do duradouro. São tão sábias, que podem desvendar o certo do duvidoso a quilômetros de distância. Tem orgulho de suas cicatrizes e sempre um conselho certo para dar, como se fosse um atalho. E mesmo com todo o peso de suas superações, ainda conseguem ser radiantes e jovens, principalmente, num mundo evoluído e com valores diferentes de quando eram novas. Que poder!

Mulher de 40, de 30, de 50 NÃO PRECISA SEGUIR PADRÕES OU CRONOLOGIA. A mulher, independentemente de sua fase não precisa se preocupar com pudores, aparência e moral politicamente correta. Idade é uma naturalidade da vida. É um número que pesa somente nas nossas experiências. É força, coragem, determinação e resistência. É somente para contar que você teve o privilégio de viver cada ciclo de 12 meses. E são sim, fortes, guerreiras, sofredoras, batalhadoras, resistentes, e mesmo assim, com tanta bagagem, tantos sóis e luas na conta, continuam fortes, guerreiras, bonitas e resistentes. Cintilantes!

Porque tendo quarenta ou vinte, nossas lutas serão as mesmas, e muitas destas, são nós contra nós mesmas.

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