Minimize os efeitos da menopausa

Colunistas Dra Simone neri

A menopausa é a fase na qual a mulher deixa de ovular e, com isso, não menstrua mais. Nesse momento ocorrem alterações hormonais importantes e, aos poucos, a produção de estrogênio e progesterona cai diminuindo também a produção de fibras de elastina e colágeno.

Já sabemos que o colágeno é uma proteína, que atua nas cartilagens presentes entre as articulações a fim de evitar o atrito entre os ossos, além de estar presente nas camadas mais profundas da derme sendo responsável por manter a firmeza, beleza e resistência da pele.

Por volta dos 30 anos, a produção do colágeno no organismo sofre um declínio devido ao processo natural de envelhecimento causando o surgimento de linhas de expressão, flacidez e envelhecimento. Com a chegada da menopausa o colágeno diminui ainda mais e a pele se torna mais frágil e suscetível à traumas. Por isso, a reposição hormonal é tão importante neste período. 

O uso de estrogênio durante e no pós-menopausa regula as funções biológicas do organismo, aumentando o teor de colágeno, espessura dérmica e elasticidade da pele. Também diminui a probabilidade de pele seca senil, rugas, atrofia, má cicatrização de feridas e a percepção do envelhecimento.

Ensaios clínicos demonstram que o uso do estrogênio durante e na pós-menopausa tem um importante papel:  na prevenção do envelhecimento; no aumento dos níveis de hormônios sexuais e na diminuição dos problemas que envolvem o aparelho genital, além de ajudar no bom funcionamento do trato urinário inferior, denominados, no seu conjunto, de síndrome geniturinária da pós‐menopausa (GSM). A GSM causa secura vaginal, irritação e flacidez da mucosa, diminuição da libido, dores durante o ato sexual e incontinência urinária.

Nos Estados Unidos, cerca de 50% das mulheres na pós‐menopausa relatam sintomas de atrofia vulvovaginal e muitas delas se recusam a usar estrogênios vaginais tópicos devido à publicidade negativa em torno deles. Mas já sabemos que, em geral, doses baixas de estrogênio vaginal são consideradas de baixo risco em comparação as doses de estrogênios usadas por via sistêmica. Como opção, foram criados os métodos não hormonais como o uso de lasers e hidratantes vaginais, que também podem auxiliar as mulheres durante este período.

Lasers e hidratantes íntimos

O uso do laser é um tratamento não hormonal para a síndrome geniturinária da pós‐menopausa (GSM). Aqui na Clínica Simone Neri, nós oferecemos tratamentos modernos como, por exemplo, o laser endovaginal de Erbium, que melhora a lubrificação vaginal por meio da renovação da pele da mucosa, além de melhorar o tônus da parede da bexiga, ajudando a diminuir ou até acabar com o ressecamento vaginal e a incontinência urinária.

Também são indicados lubrificantes e hidratantes vaginais, que podem ter uma eficácia equivalente ao estrogênio vaginal tópico e podem ser usados durante a relação sexual proporcionando alívio temporário da secura vaginal e da dor durante o ato sexual. Esses tratamentos podem ser repetidos anualmente para dar um resultado contínuo.

Pele

O desequilíbrio hormonal característico da menopausa diminui a produção de colágeno a um ritmo de cerca de 2% ao ano. Porém, a velocidade do processo depende de outros fatores como poluição, fumo, álcool, má nutrição, infecções, exposição solar, genética, hormônios e metabolismo.

Para tentar minimizar os efeitos ruins da menopausa sobre a pele, a proteção solar e a hidratação são essenciais. O ideal é usar protetor com FPS 30 no mínimo e fazer a reaplicação ao longo do dia. Praticar atividades físicas, adotar uma alimentação rica em proteínas, fibras, ômega 3 e diminuir a ingestão de açúcares refinados podem minimizar a perda de colágeno e devolver o tônus da pele.

Para se proteger do ressecamento, evite tomar banhos muito quentes e use hidratante corporal. Já para a face são necessários cremes nutritivos e antiaging diariamente. Associar esses conselhos a procedimentos dermatológicos pode trazer grandes resultados e aumentar a sua autoestima.

Alguns exemplos de tratamentos que podem ser realizados para reduzir o impacto da menopausa na pele são: preenchimento com ácido hialurônico, laser de CO2, luz pulsada, peelings, aplicação de toxina botulínica, radiofrequência, ultrassom microfocado, entre outros.

A dermatologia da maturidade é um caminho novo, que promete dar um upgrade na vida sexual e autoestima de muitas mulheres, mas é preciso lembrar que o uso de colágeno, estrogênio, lasers e hidratantes não tem um bom resultado se a paciente não seguir uma boa alimentação, fumar ou fizer uso de álcool. Portanto, além dos tratamentos que podem ser realizados com ajuda médica, é preciso que haja uma mudança de hábito e melhora na qualidade de vida. Marque uma consulta conosco e descubra que a vida pode ser boa em todas as suas fases.

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