Felicidade tem peso?

O movimento Body Positive, que valoriza a aceitação corporal independentemente de características físicas, parece ter perdido a sua força nos últimos tempos. Afinal, quantos corpos realmente diferentes você vê nas suas redes sociais? Agora, pare e reflita:, os corpos que você vê na mídia, são os mesmo que andam pelas ruas, nos transportes públicos, supermercados, farmácias?

Mais uma vez, o culto à magreza volta a dominar. Se antes a valorização eram das curvas voluptuosas, com seios e glúteos grandes mais a barriga chapada, hoje o padrão “skinny” (magreza, ou para ser mais realista, um corpo desnutrido) retoma ao desejo de muitas mulheres. Basta observar a transformação dos corpos das celebridades nos últimos anos, como por exemplo as Kardashians. Coloca botox, tira o botox. Coloca silicone, remove silicone, O ciclo se repete, e assim seguimos presas a um padrão, e frustradas perante aos nossos corpos.

A insatisfação corporal nos acompanha desde a infância, nos transformando em assíduas consumidoras de um mercado que nos vende a ideia de que a felicidade está a um produto de distância. “Você pode ter esse corpo. Você pode ser feliz. Basta querer. Basta comprar”. Essa é a mensagem. Entretanto, na realidade, o mito da beleza é um sistema de controle poderoso, que nos impõe padrões inalcançáveis todos os dias.

Assim, a partir dos “ descontroles” da vida, somos forçadas a controlar o que não nos cabe, a genética, o ambiente alimentar, afinal de contas no PAIN no GAIN, o resultado só depende de você. E controlando tudo, no caminho para o corpo magro você acredita que encontrará a felicidade. Mas na verdade este caminho, é permeado por produtos de beleza, procedimentos estéticos, super alimentos, pois a sua insatisfação gera lucro para o mercado.

E neste contexto os dois relacionamentos que você vai ter ao longo da sua vida são diretamente afetados, o relacionamento com o seu corpo e com a comida. E a má relação com estes podem desencadear transtornos alimentares, comprometendo a vida.

Esse mito da beleza, funciona como uma forma silenciosa de controle. Todos os dias, a ideia do que é considerado bonito nos é enfiado goela abaixo, como se existisse apenas uma maneira de um corpo existir. E posso te dizer com toda a honestidade? Mesmo se você atingir o corpo que tanto deseja, ele não vai te entregar a felicidade que prometeram. Porque a paz que você busca não está na balança, nem no espelho.

Deixo aqui o meu conselho final: E se, ao invés de gastar tanta energia tentando se moldar a um padrão, você começasse a se perguntar- quem eu sou fora desse padrão?

A resposta pode ser libertadora.