Não basta uma, são duas filhas atletas de alto nível a saga de Dany, a mãe das Odas

Colunistas Esportes Márcio Silvio

O esporte é uma praia e tanto com mães que não abrem mão da atividade física regular, mães que são atletas por ideal, mães que avançam de atletas para competidoras, mães que são celebridades no esporte de alto rendimento.
E há aquelas mães que nunca aparecem, mas que são a base direta na carreira dos filhos. Vida de mãe de atleta é mesmo uma dureza, dia a dia em alta tensão porque tem que adequar toda rotina para não comprometer o calendário. Agora,se com um atleta a vida de uma mãe já é tudo isso, como fica com dois competidores de alto nível em casa? A pergunta é direta para Danyella Oda e cujo sobrenome já aponta para Osasco e para a ginástica rítmica.
Dany é mãe da espetacular Viviane Oda, supercampeã que no mês que vem estará com a seleção brasileira no Mundial Juvenil de Moscou; Dany também é mãe de Vitória Oda e que no último Brasileiro de Ginástica Rítmica ficou entre as oito melhores. Duas atletas de alta performance. “A Vitória teve um probleminha de saúde e o médico indicou atividade física. Então a coloquei na ginástica rítmica”, conta Dany. A menina tinha 7 aninhos quando começou os treinos. Logo pegou jeito e a estrada se abriu. Acontece que Vitória tinha uma fã incondicional além da mamãe, a pequena Viviane Oda, então com 3 aninhos. Claro que quando Dany levava Vitória para os treinos, Vivi estava na cola. Ela voltava para casa tentando imitar as acrobacias da irmãzinha, até que passou a cobrar da mãe – Vivi só falava em treinar. “Mas ela não queria ir com as criancinhas da idade dela, queria treinar com a irmã. Então a professora Carol aceitou o desafio de colocar Vivi numa classe maior”, recorda Dany. Mas para ser aceita a menina precisou praticar alguns movimentos por uma semana. Vivi treinou a lição de casa, então foi para a avaliação e teve a aprovação da exigente professora Carol Nogueira. O crescimento esportivo das duas foi rápido e logo os pódios começaram a bombar. Por consequência, a vida da mãe ficava naquele aperto diante dos compromissos que não paravam.
Vitória Oda é da categoria adulta mas quando juvenil com 13 anos, despediu-se da mãe para a primeira temporada longe de casa, na capital do Espírito Santo. Se para a atleta era um experiência amarga de separação, para a mãe o impacto feria muito mais. Dany conta que muita gente caiu matando em cima dela por deixar a filha tão novinha ir para longe. “Mas fiz isso pelo sonho dela.”
Quanto a Vivi, a mãe respira com alívio ao falar da parceria com Osasco. Graças a esse contrato a atleta recebe do convênio esportivo e isso ajuda tudo e mais um pouco, principalmente para os cuidados físicos com fisioterapeuta, nutricionista etc. A prefeitura de Guaratinguerá, onde a família reside, não entra com dinheiro no suporte, mas colabora na logística. “Elas são meu tudo, não paro com elas, é de um lugar pro outro. O que me faz ir além é a força de vontade delas e isso me deixa feliz pra estar lutando cada vez mais. Elas abrem mão de tudo pela ginástica, nada de fins de semanas ou de festas quando em período de campeonato; deixam de fazer essas coisas por amor ao esporte”, completa a mãe.
Dany agradece as filhas pela dedicação, principalmente pela humildade sempre acima de tudo. “Elas não deixam os resultados subirem à cabeça. São amigas de todo mundo, são humildes, conversam com todos. Só isso me deixa orgulhosa por saber que consegui deixar essa parte boa na vida delas. Eu acho que o mais importante é o caráter e isso elas têm e muito”.
Com 13 anos, Vivi Oda tem o Mundial da Rússia, o Pan-americano e o Sul-americano com a seleção brasileira – entre junho e outubro. Dany sabe que a corda vai apertar a cada dia, mas avisa que que mãe é para isso mesmo. Além de Vitória e Vivi, ela tem o garotinho Enzo Vinícius cuja paixão é o futebol.

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