Por: Rodrigues Paz
O dia escurece vira noite
Fuligens negras vindas, de queimadas
Há um certo agouro vindo da floresta
São almas, que suplicam por piedade
No espalhar do vento fúnebre, o assobio
Abraço ávido das chamas no arvoredo
No arder da terra flui o sangue verde
Se vê desnuda em cinzas, a natureza.
Na desvairada queima, a dor e o desespero
Choros sangrentos de tantas vidas mortas
Tingidos, vão-se os rios de vermelho.
E a natureza morta, um dia se levanta
Em um nascer regenerante a própria cinza
Qual fênix, que das cinzas se agiganta.
