Virada de jogo na linha do tempo do Grêmio Esportivo Osasco – a diretoria fundadora de 2007 está de volta. No final do mês passado o presidente Lindenberg Pessoa informava que reassumia a presidência e que outros dois fundadores do clube também voltavam – Venilton Montini e Luís Pires.
Com o Esporte Clube Osasco licenciando-se do futebol, no final de 2007 os três cravaram o nascimento do GEO. Sim, eles são os pais da criança e reassumem o papel já com lição de casa – retorno à Primeira Divisão.
O advogado Lindenberg Pessoa é voz na história do esporte osasquense. Nesses oito anos fora do comando do GEO, nunca se distanciou enquanto torcedor e bombava nas redes sociais cobrando dirigentes temporada a temporada.
Se em 2007 eles iniciaram o projeto do nada, os três pais reúnem-se nesse retorno igualmente a partir do zero – hoje com 14 anos de futebol, o GEO não tem mais quadro profissional, desativou tudo.
“Nós vamos visitar os clubes e formaremos o novo GEO com atletas locais. E vamos voltar à 1ª Divisão”, reforça o presidente, apontando para 2024 com a mesma motivação de quando falava do time pela primeira vez em 2007.
Lembrando, quando da fundação, em seguida o time capturou dois acessos e em 2009 era Série A3 da 1ª Divisão. Não parou aí, fez uma campanha espetacular em 2010 com a disputa do título, ficando com o vice-campeonato e festejando acesso à Série A2.
Mas a bola do GEO na A2 foi desastrosa, rebaixado em último lugar – o clube já sofria com cortes de patrocinadores e, nesse ano, via entrar em campo um cara que mudaria tudo – Mário Teixeira, executivo do Bradesco e disposto a investir pesado. E fez isso mesmo.
Após o rebaixamento em 2010, no ano seguinte o GEO batalhou pelo retorno à A2 mas só conseguiria isso na temporada 2012, acesso com direito ao vice-campeonato da A3. Era 2013 quando o clube pisava novamente no campo da A2 mas para uma campanha fraca.
Nesse ínterim, aquele Mário Teixeira de 2010 já era senhor do futebol osasquense – havia comprado o GEO, o Osasco Futebol Clube e, em setembro comprava o Audax do Pão de Açúcar.
Então rebaixado a plano B pela nova diretoria, o GEO não teve elenco para a Série A2 e encarou a temporada com moleques do sub 20 – não é preciso dizer que foi tiro na chuteira, rebaixamento sumário.
Nesse momento crítico, a relação de Lindenberg com o Audax era tipo a ferro e fogo, tensão pegando. Como bom advogado, ele brigava pelos direitos do GEO e ninguém calava o homem – somente um chegou para peitar, o dito Mário Teixeira com uma medida vapt-vupt: janeiro de 2014, email enviado anunciava demissão do presidente.
Foi assim mesmo, decisão via @ e Lindenberg Pessoa estava banido do GEO. De fora, ele acompanhava o clube penando na Série A3, em 2018 se surpreenderia com a chegada de empresários de São Paulo para comprarem o clube do Audax que havia caído para a A3.
Como o mesmo CNPJ não pode assinar dois times numa divisão, então a venda do GEO foi válvula de escape. Lindenberg nunca se calou diante disso, sempre foi artilharia pesada cobrando lugar ao sol para o clube. Por fim, dois anos atrás ele bravejava ainda mais ante o fundo do poço – time rebaixado à lona do futebol.
Mas não basta cair, o Grêmio Osasco paga o segundo ano sem profissional em campo – não disputou a Bezinha 21 e não entrou nesta temporada. Esse é o cenário do retorno de Lindenberg e fundadores – reassumindo o leme do clube, os pais do GEO falam em resgate moral, reencontro com a torcida e com o Rochdalão novamente vestido de Osasco.