Os suicídios são evitáveis

Colunistas Erica Rodrigues

Falar sobre suicídio já gera um estranhamento social, infelizmente ainda é um tabu muito grande e o Brasil é um dos 17 países no mundo que a taxa de suicídio aumenta, enquanto em 83 outros países essa taxa está diminuindo.

Quando falamos que os suicídios são evitáveis gera mais estranhamento ainda, mas isso não sou eu falando, são os estudos e dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) você pode consultar no site deles, e vou te explicar alguns motivos.

Conforme dados da OMS, 9 a cada 10 suicídios poderiam ser evitados, o suicídio é definido pelo psicólogo clínico norte americano Edwin Shneidman como ‘um ato definitivo para um problema temporário’.

Se o problema é temporário, esse mesmo problema poderia ter sido resolvido e o suicídio evitado, certo? Certo!

A OMS também estima que as pessoas que cometeram suicídio, 90% delas tinham alguma questão de saúde mental, entre os diversos aspectos de saúde mental, alguns deles são:

  • Transtorno de humor (depressão ou transtorno bipolar);
  • Transtorno por uso de substâncias (álcool e drogas);
  • Esquizofrenia;
  • Transtornos de personalidade (o mais comum para comportamento suicida é o transtorno de personalidade borderline);
  • Transtorno de ansiedade

E apenas 3,2% dessas pessoas não tinham nenhum diagnóstico.

Bom, pensando que todos os transtornos citados acima tem tratamento e as pessoas podem viver bem, todos esses suicídios seriam evitados.

Acontece que todo esse tabu sobre o tema inviabiliza muitas pessoas o diálogo na sociedade, as pessoas já se distanciam e pouco querem aprender sobre, muitas vezes com aquele discurso:

“Eu não penso em me matar, então esse problema não é meu”.

Mas assim como a COVID, o suicídio é um problema social, se uma pessoa deixar de lado o preconceito sobre saúde mental, estiver disposto a ouvir e dialogar sobre o tema, ela conseguirá identificar em seus amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho e afins, alguns comportamentos, ela terá a sensibilidade de acolhimento e direcionamento dessa pessoa à uma rede de apoio.

Esse é um problema de todos nós! Todos nós podemos auxiliar pessoas que precisam de apoio, essa não deve ser uma missão apenas de psicólogos e psiquiatras, nós que somos especialistas temos a responsabilidade de tratar essas pessoas, mas você também pode ajudar fazer essa pessoa chegar até ao consultório.

Pense nisso! Vamos juntos.

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