O Mapa da Desigualdade 2018 publicado nessa semana pela Rede Nossa São Paulo, revela as disparidades existentes entre os vários distritos da capital paulista. A pesquisa, que utiliza fontes públicas e oficiais e é elaborada desde 2012, aborda 53 indicadores das várias áreas da administração pública e apresenta dados sobre os 96 distritos do município. O estudo(https://www.cidadessustentaveis.org.br/arquivos/mapa_desigualdade_2018_apresentacao.pdf) identifica prioridades e necessidades da população e contribui para a elaboração de políticas setoriais para combater as divergências existentes.
As disparidades estão na saúde, educação, saneamento básico, cultura, habitação, segurança, etc. Dependendo da região em que se mora, uma pessoa pode viver até 23 anos a menos. A morte pode chegar mais cedo (antes dos 60 anos de idade), para quem mora na Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade. Por outro lado, há regiões em que a morte bate mais tarde à porta de seus moradores (depois dos 80 anos), como no Jd. Paulista. Em um território pequeno (pouco mais de 1.500 km²) encontramos padrões de vida de primeiro mundo e de países subdesenvolvidos. Uma diferença gritante! As razões estão ligadas a um conjunto de fatores que, interligados, criam condições que tornam a sobrevivência em algumas regiões da metrópole um grande desafio. Os números revelam que a dificuldade de acesso aos serviços, públicos e privados, precisa ser enfrentada com medidas e investimentos que diminuam essa discrepância. Transporte de qualidade, educação eficiente, assistência social e à saúde, emprego formal e melhor renda, segurança para todos, habitação digna e cultura são direitos que deveriam estar disponíveis. Este cenário leva-me a questionar se o gigantismo da cidade de São Paulo é vantajoso. Costumo pensar que a capital poderia ser dividida em 12 grandes cidades de 1 milhão de habitantes cada, onde os impostos gerados seriam empregados onde são gerados. É o que ocorreu com Osasco há pouco menos de 60 anos, quando o então bairro da região oeste conquistou sua emancipação.
A autonomia melhorou as condições para seu desenvolvimento e a cidade se transformou na 2ª economia do Estado e 8ª do Brasil. É evidente que o município ainda possui inúmeros problemas e desafios a serem enfrentados, mas tente imaginar como estaria Osasco hoje sem a luta e vitória dos emancipadores.