Pódios por Osasco, elas mandam um chão sinistro: Nati Russa e Camila Guerra

Esportes Márcio Silvio

Quem convive com essas meninas, jura que são dois anjinhos de bem com a vida e sempre envolvidas em coisas positivas. Juventude, muitos sonhos na lista e, então, cada dia é um passo a mais nessa busca.

Até aí tudo certo, é assim mesmo. Como todo mundo, Natália Nespatti e Camila Guerra batalham pelo melhor da vida e vão nessa pegada sem trégua, sem comodismo em zona de conforto e com luta diária para cada conquista.

Nati graduou-se como instrutora federada de Arte Marcial Russa

No entanto, algumas palavras usadas acima são extremamente afins à filosofia diária desses dois anjinhos: um passo a mais, busca, batalha, pegada, luta, conquista… E por que? Nati e Guerra são guerreiras de fato, donas de um jogo de luta bem sinistro e, então, para elas essas palavras são toque de ataque.

No mês passado elas competiram no International Open de Jiu-jítsu e foram pódios por Osasco – Guerra medalha de prata, Russa bronzeou; e no mesmo tatame do Open teve o insano jiu sem kimono, Nati Russa chegou à final e ficou com a prata.

Sim, foram para o Rio na coragem de sempre mas supermotivadas por ser o primeiro torneio delas como atletas municipais de Osasco. Fato, treinos bem improvisados por causa do coronavírus mas, como a própria Russa resume, nessa hora a casa vira academia – elas dão um jeito em algum lugar e logo o chão pega geral com um jiu-jítsu dos bravos.

Camila foi campeã sul-americana e ganhou a medalha de prata no Mundial

Russa e Guerra são faixas-roxas na arte suave mas batidas na luta. Nati, por exemplo, em 2016 graduou-se como instrutora federada de Arte Marcial Russa: “Fui a segunda mulher na América do Sul a conseguir esse título.”

Não fica nisso porque ainda tem grappling e luta olímpica que tornam o jiu dela ainda mais perigoso. Nesse mundo da luta agarrada, a Russa de Osasco levou títulos estaduais, brasileiros e sul-americano. “Também fui medalha de bronze no Campeonato Europeu”, acrescentou. Cabe mais? Naturalmente, pois ela tem o Campeonato Mundial grifado para o próximo semestre.

Antes, dia 24 agora, tem Russa no tatame novamente por Osasco, no Sul-americano que acontece no Parque Olímpico de Deodoro, Rio de Janeiro, mesmo local do Open realizado em março.

O mesmo vale para Camila Guerra, naquele apetite para o Sul-americano. Quando ela veste o kimono do jiu, leva para o chão longa experiência como grappling e luta olímpica. No ano passado, campeã sul-americana de jiu e, com destaque na galeria de troféus, a medalha de prata do Mundial disputado em Portugal.

Nesse período de academias fechadas pela fase vermelha da pandemia, elas pagam treino do jiu em casa mesmo; mas uma vez por semana e sob todo cuidado sanitário, vão para o grappling com Gil Leon e Beto Gatti, nomes fortíssimos da luta olímpica.

Se o amigo leitor está perguntando sobre o grappling, o termo abrange toda luta corpo a corpo; sim, todo estilo de luta agarrada seja olímpica, jiu, judô, luta livre, até mesmo o aikidô, o sambô russo e o shuai jiao chinês. Portanto, o grappling pinta como mistura de lutas agarradas.

Voltando ao Sul-americano do Rio dia 24, será sem kimono e as atletas de Osasco vão precisar muito desse mix do grappling. Mas além do nível técnico, elas têm um diferencial que conta muito no tatame – são mesmo estudiosas da arte da luta.

Russa e Guerra têm sede de conhecimento técnico, discutem estratégias porque entendem que o grappling é um jogo de xadrez. E nesse preparo visando pódio no Sul-americano do Rio, elas complementam o treino brutal com horas táticas de luta agarrada no Centro de Estudos de Jiu-jítsu.

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