O 1º turno das eleições 2018 está às portas e as tensões nos relacionamentos sociais alcança níveis críticos. Não é novidade. Em 2014 houve muita confusão, bem como durante o processo de impedimento de Dilma Rousseff em 2016. O que talvez diferencie o momento atual é a existência de dois grupos que atraem para si rejeições proporcionalmente expressivas – os antipetistas, já conhecidos, e os anti-Bolsonaro, estes, sim, uma novidade. O segundo inclui correntes políticas distintas, movimentos sociais e um exército de cidadãos que se opõe ao discurso radical do candidato e ao que ele representa. E assim como há quatro anos, a pol arização política divide a nação ao meio. As campanhas ganharam as ruas, os veículos de comunicação, as redes sociais e os púlpitos das igrejas. No caso desta última, causa asco a forma como alguns líderes evangélicos lidam com o tema. O discurso recheado de rancor e preconceito destoa profundamente daquele Jesus que se costuma ver nos evangelhos – amoroso, misericordioso e tolerante, sem ser conivente com o que o contrariava. Felizmente, sempre há um remanescente fiel que não se entrega a tais propósitos. Mas é nas redes sociais que a “coisa tá pegando” pra valer. Grupos de WhatsApp de amigos e familiares estão batendo recordes de desentendimentos, levando ao abandono e exclusão de seus componentes. Até mesmo casais estão tendo problemas por causa da política. Essas platafor mas são um território fértil para a circulação desenfreada de informações, não importa se verdadeiras ou falsas. O eleitor ingênuo desconsidera que por trás de grandes campanhas pode haver estruturas organizadas que produzem e promovem mentiras, lançam dúvidas e espalham o terror para assustar os menos informados. Ansioso e pouco criterioso, compartilha informações erradas e fortalece o ambiente tumultuado. É indiscutível que a campanha dá a oportunidade de conhecer melhor os candidatos, mas creio que o ideal seria escolhê-los antes do processo eleitoral, segundo critérios pré-definidos, no entanto, isso costuma ocorrer com os “antenados”. Perigoso é tomar uma decisão tão importante baseado em conteúdo não controlado das redes sociais.