Profissionais da saúde contam com apoio emocional e psicossocial gratuito

Destaque Geral

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza campanhas com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde mental e prevenção ao suicídio. Em consonância com esse movimento e, a fim de ajudar profissionais da saúde com os desafios enfrentados durante a pandemia da Covid-19, em 2020, a Johnson & Johnson Medical Devices Brasil e a Johnson & Johnson Foundation oferecem a estes profissionais o programa Cuidando de Quem Cuida de Nós.

Juntamente com as startups Moodar e Vitalk, o projeto disponibiliza suporte emocional e psicossocial a estes profissionais da rede pública e privada, em todas as regiões do país. Por meio de aplicativos digitais, estão disponíveis mais de 5 mil sessões de terapia online gratuitas e interações ilimitadas com a plataforma Viki que faz uso de inteligência artificial para proporcionar aos pacientes informações e orientações relacionadas a saúde mental.

“A Covid-19 trouxe desafios mesmo para aqueles profissionais preparados para atuar em situações emergenciais e com alto nível de estresse. Por isso, o Cuidando de Quem Cuida de Nós, programa que faz parte de diversas estratégias de impacto global comunitário que temos na Johnson & Johnson, tem um conteúdo adaptado para dialogar com as angústias e dilemas vivenciados atualmente pelos profissionais”, afirma Regiane Soccol, líder de Global Community Impact na Johnson & Johnson para América Latina.

De acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP¹, 36% dos profissionais da área da saúde, que atuam na linha de frente da Covid-19, possuem pelo menos um indicador de problemas de saúde mental.

Um outro estudo, esse realizado pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)², que ouviu 1.829 profissionais entre médicos, enfermeiros, agentes de saúde comunitária e fisioterapeutas, diz que 80% dos profissionais que estão atuando na linha de frente da Covid-19 tiveram algum problema de saúde mental ao longo do último ano, 87% sentem medo, 67% sofrem com ansiedade, 58% dizem estar cansados e 50% sentem muita tristeza. Entre os ouvidos, apenas 19% tiveram suporte de saúde mental.

“Nós oferecemos tecnologia de ponta para que os profissionais de saúde realizem o melhor trabalho possível no cuidado ao paciente, mas também temos como missão apoiá-los de maneira integral em toda a sua jornada profissional”, afirma Gustavo Galá, presidente da Johnson & Johnson Medical Devices no Brasil.

O formato do Cuidando de Quem Cuida de Nós foi pensado para se encaixar na rotina atribulada dos profissionais da saúde, uma vez que o atendimento de maneira online permite mais flexibilidade no acesso. Para mais informações, acesse https://www.jnjmedicaldevices.com/pt-br/cuidando-de-quem-cuida-de-nos

Moodar – é uma plataforma digital de sessões de terapia online, que conta com uma equipe de psicólogos para fazer os atendimentos. Além de consultas online, o profissional da saúde terá acompanhamento contínuo, via chats ilimitados e exercícios comportamentais entre uma sessão e outra.

Vitalk – plataforma disponível à toda a rede de profissionais da saúde do Brasil, de forma gratuita e ilimitada. Trata-se de uma aplicação que faz uso de inteligência artificial para simular conversas, trazendo-lhe informações e conteúdo para problemas de saúde emocional como depressão, estresse e ansiedade. Além de um check-up de seu estado de saúde, o profissional receberá dicas para lidar melhor com situações de stress e pressões do dia a dia, além de exercícios de autocuidado e em casos mais graves, o paciente será orientado a buscar uma ajuda de um profissional especializado.

Valéria Nunes: Ela como muitos outros profissionais da saúde vem enfrentando várias provas de fogo no decorrer da pandemia da Covid.

Valéria Nunes é supervisora de enfermagem no hospital público Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Euryclides de Jesus Zerbini. Com atendimento exclusivo pelo SUS, o hospital é referência no tratamento clínico e cirúrgico de epilepsia e urologia, também oferece atendimento clínico nas áreas de hematologia, clínica geral, pediatria e nefrourologia.

Possui 153 leitos, seis salas de cirurgia e três Unidades de Terapia Intensiva – intermediária, adulto e pediátrica -, realiza ainda cirurgias nas áreas de ginecologia, cirurgia geral, neurocirurgia, oftalmologia e nefrologia. Dos cerca de 900 colaboradores, entre profissionais de saúde e administrativos, Valéria Nunes é a supervisora responsável por 189 enfermeiros e auxiliares de enfermagem, no período noturno, distribuídos em 11 andares.

Ela faz a gestão do pessoal, ou seja, cuida das escalas, plantões, férias, qualidade da assistência oferecida ao paciente e qualidade do trabalho desses funcionários. Faz um turno de 12×36 horas com uma folga a cada 15 dias e, para fazer esse trabalho, Valéria se formou em enfermagem, especializou-se em cardiologia e hemodinâmica pelo Hospital Albert Einstein, possui MBA em Gestão de Saúde pela USP Ribeirão Preto, e faz Mestrado em Enfermagem pela USP-SP, onde faz parte do programa de gerência em enfermagem e sua linha de pesquisa é o dimensionamento econômico.

Valéria Nunes é supervisora de enfermagem no hospital público Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Euryclides de Jesus Zerbini.

Veja o depoimento dela:

“Cuidamos de pacientes imunocomprometidos, que normalmente já precisam de cuidados especiais. Durante a pandemia fomos obrigados a redobrar a atenção a estes pacientes e, também, aos nossos funcionários, que tinham crises de choro e pediam para não serem escalados para trabalhar com pacientes com Covid. Teve um dia, que devido à falta de trânsito, cheguei 40 minutos antes do meu horário e fiquei no meu carro pensando: entro ou não entro? Vou embora ou faço aquilo que estudei para fazer? O medo era tão grande.

Medo de me infectar, de levar a covid para casa e infectar minha família. Sem contar os vizinhos, aqueles que pediam ajuda quando estavam doentes, quando viam se afastavam com medo. O desconhecimento da doença só aumentava o medo e se eu não precisasse do dinheiro, certamente teria desistido. Esse era um sentimento, que logo em seguida era substituído por outro sentimento, aquele que me lembrava que eu tinha uma missão e dever a ser cumprido. Eu precisava ser forte e tinha que dar força para aqueles funcionários que dependiam de mim. No início não tínhamos muito Equipamento de Proteção Individual – EPIs e as orientações eram desencontradas. Não tínhamos certeza do que fazer e o paciente de Covid demanda muito trabalho. Sem contar que cada plantão, no mínimo 3 funcionários chorando e, também, em crise vinham me procurar.

Foi aí que surgiu a irritabilidade, cansaço, esgotamento físico, crises de choro e vontade de não ir trabalhar. Quando chegava a hora de sair de casa eu ficava tremula.

Precisei de ajuda psicológica e fiquei sabendo do programa Cuidando de Quem Cuida de Nós, da Johnson & Johnson. Me inscrevi e conheci a Patrícia, uma psicóloga maravilhosa, que me atende online, ela mora em Recife-PE. Além de me ouvir, ela também passava atividades e ferramentas para amenizar a ansiedade e tristeza. Fiquei no programa 5 meses e hoje sigo com ela por conta própria. Também indiquei o programa aos meus colegas e funcionários do hospital.

Com a ajuda do programa e a vacinação em massa, estamos conseguindo superar o momento. A situação começou a melhorar tanto para mim como para aqueles com quem trabalho. Agradeço a Johnson & Johnson, que soube fazer a diferença neste momento tão crítico para nós dá área da saúde. A empresa trouxe esse importante cuidado para nós. Isso que é uma empresa de verdade, que cuida das pessoas e não visa somente o lucro”.

1-Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

2-Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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