Queda de cabelos: causas, diagnostico e tratamento

Colunistas Dra Simone neri

Um ser humano tem em média 5 milhões de folículos pilosos no corpo, Só no couro cabeludo são cerca de 100 mil fios de cabelo. A troca diária de fios de cabelos é em torno de 1% da quantidade total, e, portanto, a queda de até 100 fios de cabelo por dia pode ser considerada normal. Mas e se passar disso, o que fazer?

Então precisamos começar com o diagnóstico. Se os cabelos estiverem caindo acima do normal, consulte um dermatologista. Ele é o profissional que vai indicar os exames corretos para o diagnóstico do problema. Além de exames de sangue, existe também um exame específico no couro cabeludo, chamado tricograma, que analisa o cabelo em um determinado momento. Alterações fisiológicas e anatômicas do ciclo biológico do pelo podem ser detectadas por esse exame. Com o diagnóstico correto, o dermatologista vai indicar o melhor tratamento para o seu problema de queda de cabelos.

Muitos fatores podem causar queda de cabelo incluindo anormalidades metabólicas, alterações endócrinas, predisposição genética, doenças sistêmicas, remédios, alterações psicológicas, dietas restritivas, traumas, cirurgias, infecções, doenças autoimunes, aleitamento, pós-parto etc.

Existem alguns tipos de queda de cabelos, mas os mais frequentes são: a alopecia androgenética, mais conhecida como calvície, doença genética que apresenta queda acentuada de fios na parte superior e na coroa da cabeça. Muito comum entre homens, a alopecia androgenética pode ser potencializada nas mulheres por fatores como, por exemplo, a menopausa. Já o eflúvio telógeno pode ser causado por alterações metabólicas decorrentes de doenças crônicas como diabetes, Hipotireoidismo e outras como, por exemplo, no pós-parto ou uso prolongado de medicamentos, déficit de vitaminas, alimentação inadequada ou por estresse emocional. Ambos os processos podem ser diagnosticados por meio do tricograma digital, exame que avalia a quantidade de fios em determinada área do couro cabeludo.

Tratamento

 

O eflúvio telógeno tem uma duração pré-determinada de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada. O uso de polivitamínicos pode ser útil, e existem ótimas opções no mercado, como o óleo de borragem que atua diretamente no folículo piloso melhorando os níveis de ácido gama linoleico e melhorando o processo inflamatório local.

Já a calvície deve ser tratada com estimulantes do crescimento dos fios como o Minoxidil e com bloqueadores hormonais. O objetivo do tratamento é estacionar o processo e recuperar parte da perda. Os bloqueadores hormonais são medicamentos via oral; nos homens, a finasterida é a mais usada. Nas mulheres, anticoncepcionais, espironolactona, ciproterona e a própria finasterida podem ser receitados. Nos casos mais extensos, um transplante capilar pode melhorar o aspecto estético. Além do tratamento clínico, podem ser realizados outros tratamentos com bons resultados

 

M.M.P. ou microinfusão de medicamentos na pele – A técnica de MMP utiliza um aparelho com microagulhas que permite a infusão de medicamentos dentro da pele.

A perfusão é realizada pela máquina com microagulhas, em um movimento de vai e vem e com profundidade controlada, tornando a absorção mais rápida, uniforme e precisa. As agulhas são imersas nos medicamentos estéreis, que são infiltrados no couro cabeludo e na pele, oferecendo uma ação muito mais eficaz. A maior indicação do MMP hoje é nas alopecias (queda de cabelo). Podemos tratar desde eflúvio telógeno (queda acentuada dos fios) até mesmo alopecia androgenética (calvície) e a alopecia areata.

Em cada situação escolhemos as medicações adequadas para infiltrar diretamente toda a área afetada do couro cabeludo. A mescla de medicamentos é definida pelo especialista e varia de acordo com as necessidades do paciente.

Vitaminas, fatores de crescimento e bloqueadores enzimáticos podem ser usados em conjunto ou isoladamente a fim de obter os melhores resultados em cada caso, a depender do diagnóstico.

Além da ação da medicação utilizada há o efeito do microagulhamento, estimulando o metabolismo do couro cabeludo e a liberação de fatores de crescimento. Isso acontece porque as agulhas provocam pequenas lesões na superfície, gerando um leve sangramento. O número de sessões varia de acordo com a necessidade e o problema a ser tratado. O intervalo entre cada uma delas deve ser de, no mínimo, um mês. Por isso, geralmente são realizadas em intervalos mensais. Além disso, podemos realizar antes das sessões de MMP, uma sessão de Fotobiomodulação

Fotobiomolulação – Trata-se de um laser de baixa frequência acoplado num capacete para estímulo de crescimento dos fios de cabelo, que aumenta o aporte de nutrientes para o couro cabeludo e melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo.

Foco de diversos estudos científicos internacionais, a LEDterapia ou fotobiomodução seria o uso da luz vermelha (660 nm) com parâmetros específicos, que penetrada no couro cabeludo, gera um aumento da energia e nutrientes, otimizando o desempenho das funções das células.

A LEDterapia está indicada para a maioria dos casos de queda, afinamento, perda do brilho, da força ou piora da aparência dos fios de cabelo. É indicado também na queda progressiva hereditária dos homens, na pós-menopausa, nas quedas pós-parto, pós-cirurgia bariátrica, pós-quimioterapia, pós cirurgia de implante capilar ou em homens e mulheres que queiram melhorar a qualidade e aparência dos cabelos. O objetivo é interromper a queda, recuperar os fios que ainda não atrofiaram completamente, além de fazer os cabelos fracos crescerem mais fortes e engrossar os fios normais.

 

Sobre a Dra. Simone Neri – DERMATOLOGISTA – CRM 80.919

Possui 25 anos de formação em Clínica Médica e em Dermatologia. É graduada em Medicina pela Universidade de Santo Amaro UNISA, possui residência em Clínica Médica pela Universidade de Santo Amaro UNISA, residência em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro UNISA, é ex-preceptora do Ambulatório de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro UNISA, médica plantonista do Pronto Socorro do Hospital São Luiz, ex-coordenadora médica do Pronto Socorro do Hospital São Luiz Anália Franco.

Participa ativamente de Congressos, tanto como ouvinte quanto como palestrante e destaca-se na área de Cosmiatria e Estética com expertise no manejo de Preenchedores, Toxinas e Lasers, sendo uma das poucas profissionais da área a dominar a técnica consagrada de MD Codes de harmonização facial. Na área de inovações em técnicas cirúrgicas, participou de um grupo de estudos no Instituto Butantã no tema Toxina Botulínica em Processos Inflamatórios do Couro Cabeludo, com apresentações em Congressos Nacionais e Internacionais. Já na área da Dermatologia Clínica investe exaustivamente em atualizações científicas, com tratamentos inovadores como os chamados Medi camentos Imunobiológicos em doenças crônicas como Psoríase e Hidrosadenite. Atualmente, é dermatologista na Clínica Simone Neri Dermatologia e na Clínica Medcin.

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