Os Sindicatos de Osasco e Região se reuniram nesta quinta-feira, 28, na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) para entregar documento contra o sucateamento da fiscalização de acidentes de trabalho à Comissão de Direitos Humanos. Na ocasião, o presidente do Cissor (Conselho Intersindical Saúde e Seguridade Social Osasco e Região), Elias de Gois, reivindicou a criação de uma audiência pública sobre acidentes de trabalho.
“Solicitamos que os parlamentares tenham sensibilidade e procurem encontrar uma solução, uma metodologia para minimizar a situação que hoje estão expostos os trabalhadores, com muitas mortes, acidentes graves e fatais”, enfatizou Elias de Gois, presidente do Cissor, que completou: “Solicitamos ao chefe de gabinete Carlinhos Almeida uma audiência pública para a gente discutir profundamente a questão do acidente de trabalho, e daí não será a região de Osasco que estará aqui, será o estado de São Paulo. Isto porque este problema é crônico e atinge milhões de trabalhadores”.
O Deputado Estadual, Emídio de Souza, receberia os dirigentes nesta manhã. No entanto, após confirmar positivo para Covid-19, o Chefe de seu Gabinete Carlinhos Almeida, recebeu o documento e já se comprometeu a colocar a pauta em apreciação dos membros da Comissão. “Vamos apresentar, hoje, esta proposta de audiência pública, que, primeiro, precisa ser aprovada pela Comissão. E vamos fazer, inclusive, uma moção, que será o pronunciamento da Assembleia sobre o tema. Pode ser local e nacional”, explicou Carlinhos.
Ações contra a tragédia que se tornou os acidentes de trabalho são urgentes, como bem explicou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Gilberto Almazan, ao destacar na Alesp o conteúdo do documento.
“O documento relata toda gravidade que está ocorrendo na região. Estamos sem Ministério do Trabalho e estão acontecendo acidentes de trabalho, sem ter fiscalização. Só neste ano, temos o conhecimento de uma morte na CPTM, nos Comerciários e no setor metalúrgicos. Só temos conhecimento de uma fiscalização, sendo que o auditor fiscal precisou vir de Bauru, porque não tem nenhum fiscal capacitado para fazer este tipo de fiscalização na grande São Paulo”, destaca Gilberto Almazan, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.
A mobilização dos sindicatos na Alesp é mais uma ação das entidades para marcar o 28 de Abril, Dia em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. A partir das 18h, um ato intersindical será realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, que vão lançar o livro “Rosca sem Fim – Basta de Acidentes e Doenças do Trabalho”.
Categorias que participaram da ação: metalúrgicos, comerciários, servidores, motoboys, motoristas, ferroviários, trabalhadores de concessionarias, frentistas, gráficos, vigilantes, trabalhadores em refeições coletivas, trabalhadores da construção civil. Bem como MODEPHAC – Movimento em Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Osasco, FeNAdv – Federação Nacional dos Advogados, Abrea – Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, AEIMM – Associação dos Expostos e Intoxicado por Mercúrio Metálico e UAPO – União dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Osasco e Região.