A cobertura do calçadão

Colunistas Oscar Buturi

O lançamento do concurso de projetos de arquitetura para a revitalização do calçadão da Rua Antônio Agú, em Osasco, ganhou destaque nas últimas semanas. Promovido e organizado pela Associação Comercial e Empresarial de Osasco (ACEO), juntamente com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco (AEAO), o concurso tem a coordenação do arquiteto e urbanista Angelo Melli. Figura conhecida e respeitada na região, Melli conhece Osasco como poucos. Arquiteto de carreira, já ocupou inúmeros cargos na administração pública (dentro e fora de Osasco), chegando a ser vice-prefeito da cidade. Já a comissão julgadora será composta por representantes da ACEO, AEAO, Sincomércio, CAU/SP e CREA-SP. Cada entidade com um indicado.

A iniciativa do concurso para a revitalização da área central e cobertura do calçadão da Antônio Agú é bastante positiva.

Como é sabido, a região é reconhecida como o segundo maior polo comercial do Brasil, ficando atrás apenas da tradicional Rua 25 de Março, na capital paulista. Somente esse dado já demonstra a importância da ação. Um concurso dessa natureza representa uma boa oportunidade para os profissionais da área, incluindo jovens arquitetos, e pode revelar ideias e soluções novas para o local. Importante destacar que o concurso não trata de projetos executivos de arquitetura e engenharia, mas de propostas de arquitetura. Isso quer dizer que, ao final do processo, não se terá um projeto finalizado e detalhado para sua execução.

Essa outra etapa é bem mais complexa e exige uma série de estudos, projetos e profissionais, sendo praticamente impossível fazê-lo em 40 ou 45 dias, prazo estabelecido no edital para a elaboração das ideias. O produto final, neste caso, tem importância conceitual e pode definir as principais diretrizes para a solução a ser adotada pela prefeitura, caso o projeto seja futuramente levado a cabo. Seria importante, se juridicamente possível, condicionar a contratação da proposta vencedora para a elaboração dos projetos executivos.

A ideia de revitalizar e cobrir o famoso calçadão não é nova. Há cerca de 10 anos, o renomado arquiteto Ruy Ohtake chegou a desenvolver uma proposta para o local. Segundo consta, o objetivo da prefeitura era viabilizar sua implantação com a parceria dos comerciantes instalados na área. Como podemos ver, a iniciativa não prosperou.

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