
Se tem um assunto que rende debate é feira. Os clientes adoram: produtos fresquinhos, preços acessíveis e aquele clima tradicional de domingo que parece resgatar um pedaço da infância. Os feirantes também gostam — quase sempre vendem tudo, conquistam uma clientela fiel e garantem o sustento da semana.
Agora, pergunta para os moradores da região, motoristas de ônibus e alguns comerciantes se eles estão felizes com ela…
Foi numa dessas conversas, sobre os prós e contras da feira, que ouvi uma história curiosa que me inspirou a escrever esta matéria. Alguns anos atrás, conversando com um vereador aqui de Osasco, critiquei a localização da Feira da Avenida João de Andrade. A feira muda rotas de ônibus, complica o trânsito e, em algumas ruas da região, se você estiver de carro, simplesmente não tem como sair — especialmente nos acessos próximos ao posto de saúde.
Sugeri, então, que a feira fosse transferida para a Avenida Sarah Veloso, que é bem mais larga e tem alternativas laterais dos dois lados, o que facilitaria o tráfego. A resposta do vereador foi direta:

“Alê, é quase impossível mudar essa feira de lugar. Ela é a maior feira de rua da América Latina.”
Confesso que fiquei surpreso. E, até certo ponto, entendi.
Na semana passada, conversando com meu amigo Djanir, que trabalha na feira de domingo da João de Andrade, lembrei dessa história e decidi ir atrás de mais informações.
Começo este relato com minhas próprias lembranças: algumas barracas me levam direto à infância — as de ferragens, de temperos e até de roupas. E tem também uma que sempre me chama a atenção: a que vende peixes de aquário. Uma mistura de utilidade e poesia urbana.

Conversei com Ricardo Pastori, do setor de feiras da Prefeitura de Osasco, que confirmou: a feira da João de Andrade é a que mais movimenta o setor na cidade. E sim, é uma das maiores da América Latina. Segundo ele, são 530 metros de extensão ocupados por 350 barracas, com cerca de 600 feirantes cadastrados. Aos domingos, cerca de 50 mil pessoas circulam por lá.
É impressionante, né?
Esses números explicam muita coisa. Você pode amar ou odiar, mas uma coisa é certa: a feira da João de Andrade é um palco de histórias, onde cada barraca é um capítulo e cada pessoa que passa, um personagem.
Até a próxima, pessoal!
