Os moradores de Osasco, Carapicuíba, Cotia e outras cidades da Grande São Paulo viveram momentos de tensão nesta quarta-feira, 2, após uma série de ataques a ônibus registrados em diferentes pontos da região.
As ações, que incluem apedrejamento e vandalismo contra veículos do transporte coletivo, se somam a uma onda de violência que já contabiliza mais de 400 casos desde o mês de junho em toda a Grande São Paulo e litoral.
Ações coordenadas e padrão de ataques
De acordo com o portal Diário do Transporte, os ataques têm ocorrido de forma sequencial e aparentemente coordenada, com alvos distribuídos por bairros diferentes em “blocos” de tempo, como se fossem surtos organizados por revezamento.
Em Osasco, pelo menos três ônibus foram atingidos na Avenida dos Autonomistas e outro na Avenida Getúlio Vargas, importante corredor viário da cidade. Os casos ocorreram à noite, com passageiros dentro dos coletivos. Apesar do susto, não houve feridos até o momento.
As cidades de Carapicuíba, Cotia, e o bairro do Butantã, na zona Sul da capital, também registraram incidentes semelhantes na mesma faixa de horário.
Polícia investiga motivações e possível envolvimento de facções
A Polícia Civil e a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) investigam diversas hipóteses sobre a motivação dos ataques. Entre elas, estão:
- “Desafios” criados nas redes sociais por jovens;
- Retaliação à instalação de câmeras de segurança nos ônibus;
- Disputas entre empresas de transporte coletivo;
- Possível envolvimento de facções criminosas, como o PCC, em ações de intimidação.
As autoridades afirmam que estão utilizando imagens de câmeras de segurança dos ônibus, do programa Smart Sampa e do videomonitoramento municipal para identificar os responsáveis.
Sindicato cobra ação e empresas reforçam segurança
O SPUrbanuss, sindicato que representa as viações de ônibus de São Paulo, já solicitou reforço policial nos terminais, paradas e corredores mais afetados. A SPTrans também orientou as empresas a comunicarem imediatamente qualquer tipo de agressão ou vandalismo.
Em coletiva, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, reconheceu a gravidade da situação e garantiu o empenho da polícia. A prefeitura de Osasco, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre os episódios ocorridos na cidade.

Passageiros com medo e motoristas preocupados
Motoristas relatam que, apesar da frequência dos casos, muitas vezes não conseguem evitar os ataques, que acontecem de forma rápida e inesperada. Já passageiros que dependem do transporte público expressam medo e insegurança, especialmente em horários noturnos.
“Estou com medo de pegar ônibus à noite. Esses ataques estão muito perto da minha casa”, relatou uma moradora do Jardim Veloso, em Osasco.
Números preocupam: mais de 400 casos na região metropolitana
Segundo os dados apurados até 3 de julho:
- Mais de 400 ônibus atacados na Grande São Paulo e litoral;
- Pelo menos 200 casos na capital entre 12 e 30 de junho;
- Cerca de 30 ataques só na noite de 2 de julho, na zona Sul;
- Ocorrências em Osasco, Carapicuíba, Cotia, ABC e Baixada Santista.
Conclusão
Os ataques a ônibus em Osasco e cidades da região revelam um padrão alarmante de violência e desrespeito à segurança pública. Enquanto as investigações avançam, a população aguarda respostas e ações mais efetivas para garantir um transporte seguro e confiável.
A Polícia Civil reforça que qualquer informação pode ser comunicada pelo Disque Denúncia (181), com garantia de anonimato.