Carta aberta aos Cafajestes

Colunistas Talita Andrade

Vou deixar claro a definição da espécie retratada nesta coluna: CA.FA.JES.TE. Indivíduo sem nobreza de sentimentos, com má-formação de caráter, em quem não se pode confiar; canalha, “maquiavélico” (piadinha interna, Touché!!). É muito lisonjeiro, muito educado e tem uma lábia surpreendente.

 

Ah baby, você chega com essa carinha meiga, promessas de duplos sentidos, ciente de que interpretaremos o que queremos, e está certo. Nós absorvemos aquilo que desejamos para nós.

Você se empenha na intelectualidade, no gesto cavalheiro, e isso é bem fácil, perante a extinção de gentilezas e romantismo masculino.

Em pouco tempo a gente está anulando nossos planos, invalidando nossos instintos (essa é a pior parte, na minha humilde opinião) e, em alguns muitos casos, assinando embaixo nosso atestado de trouxa.

Isso porque, senhor cafajeste, você solta alguns nomes de mulheres, algumas situações (histórias) inocentes, sabendo que nosso instinto (que para isso funciona que é uma beleza) sentem cheiro da malícia feminina de longe. A gente morde a isca, fica insegura e se funde ainda mais na relação, temendo perder o pódio.

Infelizmente, mulher apaixonada fica burra, mesmo sendo a mais inteligente da galáxia. Fica difícil avaliar os sinais padronizados estando envolvida, tornando suas ações muito fácil e bem-sucedida.

Em alguns casos, há envolvimento de dinheiro, empreendimento, aquisição de bens e tudo parece um sonho bilateral de um casal apaixonado. Mas não é. Em breve, você comete um deslize, (às vezes, de propósito, outras por incompetência) e a verdade vem à tona. Inclusive a confirmação de algumas hipóteses que suspeitamos. Nessa hora, lembramos e identificamos algumas contradições. Falei? Temporariamente burras!

Prezado senhor cafajeste, não sei qual tipo de exemplos ruins você está contaminado. Talvez seja culpa de terceiros, ou então, somente um desvio de caráter mesmo. Tenho alguns “elogios” que caberiam nessa parte, mas não posso perder a linha, afinal, eu sou a dona da coluna e meus leitores merecem minha elegância. Sua fase de brincar com pessoas um dia vai perder a graça, e você estará tão atolado nessa ausência de princípios e valores, que será custoso construir algo concreto e verdadeiro, já que não é muito o seu lugar de atuação. Seu sistema é frágil, sempre será dominado pelos fantasmas da perversidade e maldade. A liquidez que habita em você sempre vai te afogar ou assombrar. E lembre-se, quem uma ora está na parte de cima da roda, noutra, só poderá estar na parte de baixo.

 

Conselho de amiga para possíveis e vítimas de cafajestes:

Minha querida, não vai ser a primeira nem a última vez em que alguém vai te enganar. E dito isso, eu aconselho que você tenha uma amiga (aquela racional, FBI) que pega tudo no ar, que tem faro para sacar coisa errada de longe, sabe? E confia, minha querida! Se ela disser que tem boi na linha, confia e corre.

E se me permite: Evite os perfeitinhos. Se o cara vir com frases perfeitas, características inspiradoras, gestos dignos de romance de cinema, corre que é cilada. Os bonzinhos que me perdoem, mas vocês que se esforcem mais para se sobressair aos cafajestes, a gente precisa se proteger dos golpes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *