Ei, você! Já se criticou hoje? Já se apontou o defeito do dia?
O que foi dessa vez? O sobrepeso, a celulite, o peito flácido?!
Se passou a te incomodar, foi porque você deu direito para coisas externas – opiniões, estereótipos e padrões – te diminuírem.
Eu não gostava do meu nome, porque um dia fizeram dele um apelido feio.
Eu não gostava do meu bumbum, pois era vulgarizado, até que um dia precisei escondê-lo atrás de uma blusa amarrada na cintura.
Eu não gostava da minha boca carnuda, porque as piadinhas que faziam eram sempre pejorativas.
Até que um dia, eu amadureci e percebi que enquanto as mulheres faziam plásticas e gastavam dinheiro para aumentar o bumbum e boca, eu escondia tudo isso, que eu tinha naturalmente.
Comparar você com outra pessoa é um ato de violência. Acarreta danos a si mesma. Mesmo que a comparação tenha uma questão favorável em relação ao outro, uma hora isso vai desabar sobre você em algum momento em que sua autoestima não estiver boa.
Auto-comparação é bem difícil de evitar, eu sei! Se não fazemos, os outros fazem por nós. Ser classificada por rótulos e categorias de ignorância alheia é uma permissão que depende de nós não ceder.
Precisamos aprender que os padrões só deixarão de existir, quando nos libertarmos primeiro internamente. Quando mostramos em nós a autoaceitação e autovalorização, nós ensinamos que o bonito é ser como a gente preferir. Mais vale uma pessoa tranquila das prisões do ego, do que uma neurótica que leva como regra o checklist de beleza das celebridades e capas de revista.
Não estou dizendo que o legal é ter sobrepeso, flacidez e celulite. O ideal é que você construa a SUA RÉGUA, buscando uma qualidade na sua SAÚDE e não na estética, se isso não é uma prioridade para você.
Conheço pessoas magras, que vivem de dietas e treinos, e que não fazem por prazer ou vontade própria. Não são felizes com o resultado, apenas são prisioneiros da régua do padrão da mídia.
Conheço pessoas gordas, saudáveis, despreocupadas com qualquer parte estética. Inclusive com as opiniões alheias. São fiéis aos seus gostos, vontades e cientes das consequências disso.
Pessoas em paz consigo mesmo não cabem em recipientes rotulados. Estas, sabem que ninguém tem mais poder sobre elas, que elas mesmas.