Até 1992 e quando era um rapaz de 18 anos, vida absolutamente dentro da padrão com amigos, festinhas e paqueras. Sim, tudo supertranquilo para Marcelo de Jesus até prestar o serviço militar. Ao ir para o Exército ele pisava num ano que teria manifestações contra o presidente Fernando Collor de Mello, o massacre do Carandiru e o primeiro ouro olímpico do vôlei masculino na Espanha. E foi nesse ano de quartel que pela primeira vez ele se encontraria com a musculação. “Tinha os amigos que treinavam, então eu comecei a malhar, peguei gosto e não parei mais”, lembra o campeão.
Campeão? Sempre treinando desde os 18 anos, Marcelo não parou mesmo e hoje é um profissional do fisiculturismo e atual número 1 do Brasil. Aos 45 anos ele competiu no Brasileiro organizado pela Nabba em Santo Amaro, foi para o palco e mostrou todos os músculos para levantar o troféu de campeão master.
Daqueles primeiros treinos no quartel até hoje, o que mudou na rotina de Marcelo foram o conhecimento e o nome. Formou-se em Educação Física, tem duas pós-graduações e trabalha como personal; nos anos de faculdade participou de uma atividade e atuou como o Blade do cinema (em 1998, Wesley Snipes era ‘Blade. o caçador de vampiros’) e, claro, a partir daí ganhou o sobrenome famoso.
Com tantos anos de treinos e estudos, hoje fala como mestre: “É preciso ter conhecimento de todo corpo. Por isso é importante treinar com bons profissionais. Muitos querem ganhar corpo rapidamente e até morrem, outros sofrem com sérios problemas de saúde”. Ele aponta a própria carreira como exemplo de paciência – do início em 1992, foi para o primeiro campeonato mais de duas décadas depois: “Só em 2014 decidi competir, foi em Cotia e fiquei em sétimo lugar entre quinze concorrentes. Isso me animou.”
Nada de pressa e muito treino. Por isso, mais três anos de preparo até voltar ao palco em 2017 e dessa vez para arrebentar com três títulos estaduais; em seguida viria o 5º lugar no Brasileiro e vaga para o Sul-americano em Curitiba. Blade vai com muita garra e chega no mano a mano na disputa do título contra o osasquense Carlos Costa, o Carlão. “Perdi para ele que estava mesmo bem forte”, diz o vice-campeão. E agora? Em setembro tem outro Sul-americano, mas o barueriense não vai competir. “Volto a me dedicar aos treinos pensando no do ano que vem. Agora sei como é o nível da competição e estou concentrado pra ir em busca do título”, justificou.
Vida de fisiculturista
Um competidor que segue as regras tem que disciplinar o apetite e dosar os treinos com um cardápio importante de suplementos. O mercado tem vários produtos mas os importados ainda são os melhores. Nesse ponto, dói muito o bolso do atleta porque há potes de vitaminas que chegam ao peso de 800 reais. O que ajuda o campeão nessa dura batalha é que a esposa Viviane também é do fisiculturismo e, claro, isso facilita tudo na cozinha.
Blade está na batalha por patrocínio, já que quanto mais cresce no pódio maiores são os custos. “Dou aula como personal pra ajudar um pouco”, explica o campeão que tem no grupo de alunos, Sônia Furlan, esposa do prefeito de Barueri. “Mas o grande objetivo é um patrocinador. Só que é muito difícil porque o fisiculturismo não dá a visibilidade que as empresas querem”, lamentou.
Mas isso não abala esse Blade que é um verdadeiro caçador de pódios e que segue na batalha mesmo por conta – muito mais agora, supermotivado pelo título nacional. Para saber mais sobre o campeão que mora no Jardim Tupancy, ele indica o perfil no Instagram, Marcelo Blade.
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