3 X 5 = deixar ir

Colunistas Talita Andrade

Por que temos tanta dificuldade em soltar aquilo que já não nos faz (mais) bem?
Será que somos viciados na imersão de tristeza, sufocamento e decepções?
Esse tema veio a calhar, e dentro dele existem vários subtemas, que não irei me aprofundar, senão vai virar uma série. Mas há 3 vertentes no APEGO: EXPECTATIVA, ILUSÃO e DEPENDÊNCIA AFETIVA.
A EXPECTATIVA nos gera cenários imaginários e até mesmo desejosos que pode ou não condizer com a situação real. Na grande maioria das vezes, não, infelizmente.

A ILUSÃO ofusca nossa razão. Pesa na emoção, desnivelando o equilíbrio da nossa consciência: a análise (principalmente sobre nós mesmos, o julgamento e a ação. A ilusão nos faz (hiper) superestimar coisas, pessoas e momentos, como se fossem maiores e melhores do que realmente são.
O pior destes pilares para mim é a DEPENDÊNCIA AFETIVA. É o poder que damos aos outros, para fornecer nossos momentos felizes. Colocamos nas pessoas a única fonte de alegria, felicidade e satisfação. Eu prefiro acreditar que essa questão é involuntária e até mesmo inconsciente (ninguém deve ser responsável por nossa felicidade, além de nós mesmos). É uma consequência de estar apaixonado, deslumbrado, encantado pela pessoa e pelas sensações que ela nos causa.
São cíclicos, não temos muito o que fazer. Acontece. São os ingredientes da sua futura bola de neve, que se tornará UM PROBLEMA quando o outro te der o “soco no estômago” com a frase “Não quero mais”.
Claro que a frase não será tão seca e direta assim. Para isso existem 199 frases clichês fofas. A clássica é “não é nada contigo, sou eu”. Mas vamos pular essa parte.

O que faremos com tudo isso que sentimos? Como atravessar um rompimento sem sentir dor?

O fato é: não existe fórmula para isso, infelizmente. Mas tem como perceber as fases que iremos atravessar com o passar dos dias.

Pois é, tem padrão no término também.
Primeiro momento: Negação e isolamento. Você sente que não acabou, que é só uma crise. Você dá espaço para o outro refletir e perceber que existem soluções melhores.

Segundo momento: Raiva. Você se revolta, se tortura por ter acreditado que daria certo e por ter se envolvido tanto.

Terceiro momento: Barganha. Eu chamo de fase da humilhação. Você passa por cima da intuição, dos próprios valores, e do orgulho, pra tentar mudar a situação amarga, mesmo que você faça papel de ridículo.

Quarto momento: Depressão. A autopiedade. O arrependimento de ter se permitido, de ter tentado, de ter se apegado a algo que não era sólido ou casual demais.

Quinto momento (finalmente): Aceitação. Você sabe que precisa superar. Já deve até ter percebido partes ruins na pessoa (os defeitos). Então, vida que segue. Não foi dessa vez, mesmo.

Essas são as fases do luto do rompimento. Qualquer crush é capaz de levantar os 3 pilares, e acabar nas 5 fases do luto. Principalmente, dado o momento de isolamento que estamos vivendo (ou deveríamos estar vivendo). É aquele meme “o esquema que parece que ia e foi… embora”.

Apego machuca, sufoca, dói e por isso achamos que o amor fere. Mas é o oposto. Amor é leve e mútuo, se precisa forçar, cobrar ou pedir, não faz sentido: só era unilateral.

Entretanto, todavia, precisamos cuidar para que um relacionamento que não deu certo, não nos tire a vontade de nos apaixonarmos de novo.

É hora de deixar ir! Desapega. Principalmente dessa determinação de suportar tanto mal-estar sobre algo que não nos pertence.

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