Barueri homenageia moradora do Parque Imperial de 91 anos

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O grupo de idosos grafiteiros do Cras Imperial fez, na manhã de quinta-feira, dia 30 de março, uma homenagem a Laudelina Maria de Jesus, de 91 anos. Moradora do Parque Imperial desde 1988, ela foi integrante do grupo Basquianas durante três anos e conta que quando entrou não tinha noção alguma de arte ou pintura. Laudelina deixou as Basquianas após sofrer três AVC´s (Acidentes vasculares cerebrais) e porque tinha que cuidar de seu sobrinho-neto. Mas o que aprendeu com a arte ficará gravado para sempre: “fiz muitas amizades e amo o professor, que é um coração de Deus na minha vida”, afirma. 

O retrato 

Uma parte do muro do Centro Comunitário Jaraguá-Mirim, que fica ao lado da casa de Laudelina, foi grafitado com um retrato dela. A homenagem partiu do próprio grupo, que desejava deixar imortalizada a imagem de sua integrante mais idosa. 

Basquianas 

O grupo Basquianas pertence ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Referência de Assistência Social do Parque Imperial que, por sua vez, é parte da estrutura da Sads (Secretaria de Assistência de Desenvolvimento Social). Ele surgiu em 2017, quando o arte-educador Eric Reis foi fazer uma oficina. “Não era uma aula, era só um encontro. No primeiro dia, elas se encantaram com o poder da arte. Tudo começou na semana seguinte e permanece até hoje”, conta ele.  

Para Eric, as aulas são espaços de livre expressão em que predomina o estilo abstrato. Ele explica que o nome Basquianas veio naturalmente, quando visitaram uma exposição de Jean-Michel Basquiat, no Centro Cultural Banco do Brasil. “Elas se identificaram com a arte primitiva desse artista e o que era para ser apenas um apelido, “Basquiat – Basquianas”, virou um nome”, revela. 

Jean-Michel Basquiat foi um pintor neoexpressionista e grafiteiro norte-americano que fez muito sucesso em Nova Iorque. Participou de grandes exposições e morreu aos 28 anos. 

Cerca de 20 idosos já passaram pelo grupo Basquianas, que hoje conta com 12 integrantes, sendo 10 mulheres. 

Amizade e amor 

Arlindo Luiz da Silva, de 66 anos, entrou no grupo em 2018. Pernambucano, morador do Imperial há 17 anos, Arlindo diz que fazer arte é bom e divertido. Uma deficiência na mão direita não o impede de pintar com a esquerda e encontrar no grupo amigos que são uma família. Arlindo, além de grafiteiro, é uma espécie de cupido. Foi ele quem convidou o vizinho Antonilson Pinheiro Gomes para participar do grupo. Quando lá chegou, “Nilson” conheceu outra integrante, a Maria Lourdes de Lima, e hoje eles são casados e a prova de que a arte também é um ato de amor. 

Adriana Bueno Molina, secretária da Sads, comentou sobre o SCFV: “é uma alegria ver o resultado do Serviço e o quanto ele pode agregar na vida das pessoas”. 

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