Como a restrição alimentar interfere na relação com a comida

Colunistas Erika Barbosa

Somos uma cultura que vive em constante busca por tudo que é perfeito, o emprego perfeito, o companheiro perfeito, o corpo perfeito e a dieta perfeita. E a prova disso é o tanto de pessoas insatisfeitas por não ter conseguido a perfeição daquilo que almejou.

Já trouxe colunas anteriores abordagem aonde afirmo que dietas e privações não funcionam a longo prazo. É importante entender que algo que é auto imposto relutamos para aceitar e quando aceitamos gera um impacto negativo, seja uma prescrição alimentar, uma tarefa estabelecida por outrem, a verdade é que não gostamos de receber ordens.

Quando você busca uma mudança por si só, as chances de êxito são maiores, porque encontrou a solução sem intervenção de alguém, só precisa modelar como será o caminho e construir as mudanças que trará resultados. Quantas vezes você começou a dieta e na segunda semana abandonou?

É comum as pessoas relatarem que fez determinada dieta e funcionou ou alguém próximo fez e também funcionou, e acredita que aquele método é o mais assertivo, porque os números na balança mudaram e acaba se deslumbrando com o resultado e toda vez que desejar diminuir uns números na balança repetem a mesma abordagem e a cada nova experiência vai percebendo que as tentativas vão se tornando mais difíceis, e passa a acreditar que está fracassando como pessoa, já que a abordagem nutricional trouxe resultados antes.

Começa a saga de restringir o que mais gosta, come menos do que o corpo precisava, gasta o salário comprando alimentos “fit”, e entra no mundo de dieta e não consegue pensar em outra coisa, apenas que tem que estar se monitorando frequentemente.

Tentativas de dietas falidas trazem sequelas ao metabolismo e até a autonomia e autoestima, acreditando que tem que ter alguém direcionando e julgando suas escolhas.

Existe outros fatores que dificultam o emagrecimento, muita coisa mudou desde a evolução industrial, hoje nossa alimentação é extremamente industrializada, com uma quantidade calórica elevada, até os ditos saudáveis. Nossa alimentação é mais pro-inflamatória, o consumo de refinados aumentou, altas concentrações de gorduras trans para ter mais tempo de prateleira e mais, temos pouca atividade ao logo do dia, hoje tudo se tornou digital, ninguém levanta para ligar a TV, até o lazer se tornou sedentário, voltando aos nossos ancestrais onde para se alimentar precisava caçar, atualmente é só discar que em 15 minutos a comida chega.

Não se culpe por tantas tentativas e poucos resultados, existe muito por trás de uma alimentação e a perda de peso sustentável.

Comida de verdade e de qualidade é aquela que sai da terra e vai direto para o prato.

Com Carinho, Erika.

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