Não superestime o primeiro sexo

Colunistas Talita Andrade

Quais condições você busca num relacionamento?

Química, respeito, admiração, carinho e atenção, certo?

Mas e se num primeiro momento, a conexão sexual não acontecer, o que fazer?

 

Quantos filmes já assistimos, atraídos pelo trailer chamativo, cativante e bem bolado, mas que no final, o contexto era ruim, maçante e até mesmo vago?!

 

Essa metáfora acontece bastante em nossa busca pelo par ideal. Criamos expectativas nas conversas, nos primeiros contatos, crentes de que a atração estética e a conexão intelectual garantem uma química incrível logo de cara, mas não. Esquecemos que carregamos uma bagagem de experiencias boas e ruins, bloqueios e traumas, que são somadas com a da outra pessoa. Contudo, fica difícil o casal ter uma primeira vez fantástica.

E o grande problema é que quando não encontramos esse encaixe que imaginamos nas diversas conversas, caímos no desencanto e descarte.

 

Mas gente, a “pessoa certa” é uma grande ilusão (diria até que comercial, por conta dos conteúdos que consumimos em filmes e livros).

 

Pensa só, se cada pessoa que passasse na nossa vida desse certo, rolasse um super encaixe de primeira, o leque de opções que teríamos para nos distrair quando algo não estivesse ao nosso gosto, seria imenso. (o mundo já é uma bagunça com tantas trocas vazias, imagina se tivessem qualidade?)

Essa questão de descarte e desistência por falta de conexão, prazer ou combinação, me remete ao pensamento do filósofo Zygmunt Bauman. Segundo ele, “Em uma vida líquida moderna, não há laços permanentes, e qualquer coisa que pegamos por um tempo é amarrada levemente para que possa ser desatada de novo, tão rapidamente e tão facilmente quanto possível, quando as circunstâncias mudarem – como certamente acontecerá em nossa sociedade moderna líquida, de novo e de novo”

 

Sexo bom também é construção, assim como o relacionamento. Os dois precisam se doar para fazer acontecer de forma agradável, satisfatória e exclusiva. Sem comparações, sem distrações, e com muita sinceridade.

Se amor à primeira vista já é difícil de acontecer, imagina intimidade?

Não precisamos da romanização da primeira vez magnífica. Isso é uma encomenda de frustração prevista, e ela dá início a uma série de inseguranças.

Não crie neuras ou expectativas demais. Se for incrível logo de cara, top. Se não, converse e tente mais uma vez. Testa o famoso “melhor de três” e avalia. Se realmente não for bacana, aí não tem jeito mesmo. Da mesma forma que é difícil combinar não desistindo nos primeiros obstáculos, acho pior ainda forçar muito para combinar a qualquer custo.

Mais razão, menos emoção. Não se desespere para viver uma simbiose amorosa e sexual, vai que nisso, você acaba se conformando a uma mediocridade só para se preencher ou provar que consegue ter alguém.

Uma hora acontece, de forma natural, inesperada, e será simples, em grande parte dos aspectos.

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