Beatriz Aneas, a osasquense começou no basquete aos 8 anos e hoje é seleção brasileira

Colunistas Esportes Márcio Silvio

‘Ela é muito criança pra treinar aqui’, diz um dos professores da novíssima escola de basquete em Osasco. O ano é 2010 e Tadeu Aneas, o pai, fica em silêncio ouvindo. Ele volta para casa mas sem desistir da ideia de ver a filha treinando naquele belo lugar. Ali no Jardim Cipava e em parceria com a prefeitura, o Bradesco inaugurara a suntuosa sede da Associação Desportiva Classista para vôlei e basquete de base femininos.
Acontece que as categorias começavam a partir da sub 13. Beatriz Biscuola Aneas era uma garotinha de 8 anos apenas. Mas já mandava muito bem no basquete, porque a família toda curtia a modalidade – o pai era atleta e a cesta tinha lugar especial na casa. A qualquer hora ouvia-se o quicar da bola ali, era algum dos Aneas treinando.
A pequena Beatriz cresceu nesse ambiente esportivo e logo desenvolveu bom jogo, ainda que com mãozinhas pequenas. Sabendo do potencial da filha, o pai fez por onde colocar a menina para testes – e bastou alguns lances no Bradesco Osasco para Tadeu Aneas ouvir o retorno: “Sua filha joga melhor que as meninas de 13 anos.”
Pronto, estava aberta a modalidade para aquela garotinha de 8 aninhos. Desde então, passou por todas categorias de base do Bradesco até chegar à atual sub 17. Com vários títulos na galeria, agora posa no cume da jovem carreira ao vestir a camisa da Seleção Brasileira.


Beatriz é armadora, hoje com 17 anos e 1m70. “Ela tem uma leitura de jogo que é diferenciada”, destaca o pai. Tadeu Aneas sabe o que diz porque entende de basquete de uma cesta a outra. Claro que ele faz o tipo coruja sem disfarçar, diz que vive momento de muito orgulho por ver a filha com a camisa do Brasil. No entanto, quando destaca o basquete da menina, fala repetindo o que ouviu de João Camargo, técnico da Seleção Brasileira – que Beatriz tem visão de jogo, sabe se posicionar e antecipar contra-ataques.
João Camargo convocou 15 jogadoras e a seleção vem treinando desde outubro na Praça de Esportes Marco Antônio em Americana. O objetivo é o Campeonato Sul-americano. Nesse sábado a seleção encerra o apronto e no domingo embarca para Barranquilla na Colômbia, para o Sul-americano que será disputado de 4 a 9 de novembro. Ponto de moral para as meninas nessa preparação foi a visita de José Neto, técnico da seleção principal.
Além da armadora que é de berço osasquense, outras duas jogadoras do Bradesco Osasco formam com a delegação – a pivô Amanda Reichert, gaúcha de 17 anos e a paulistana Laís David, lateral de 16 anos.
Jogadoras do time de Osasco à parte, outro destaque são as gêmeas Maiara e Maísa Pereira. Com 17 anos, chamam atenção por vestirem com qualidade a camisa brasileira. Tal qual Beatriz, as gêmeas iniciaram também crianças na escolinha de Guarulhos, aos 9 anos.
Em Barranquilla o Brasil forma o Grupo A com Equador, Venezuela e Paraguai; no Grupo B estão Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia. A seleção estreia segunda-feira, 4 de novembro contra o Equador, às 16h de Brasília (18h local); na terça-feira enfrenta o Paraguai no mesmo horário e, na quarta ao meio-dia daqui, pega a Venezuela para fechar a fase.

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